Integrantes
das forças federais envolvidos na operação poderão assumir o controle dos
veículos para desbloquear estradas
O Governo informou
que um decreto será assinado nesta sexta-feira a fim de viabilizar o emprego
das forças federais para desbloquear rodovias fechadas pelo movimento dos
caminhoneiros.
O anúncio do uso das forças federais – que segundo a assessoria do Planalto
inclui Forças Armadas, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança
– foi feito pelo presidente Michel Temer em pronunciamento no Palácio do Planalto.
O governo informou que já entrou em contato com governadores, para que
as polícias militares também sejam utilizadas na operação para desbloquear
rodovias estaduais
Em razão da paralisação, faltam alimentos em supermercados e
combustível em postos de gasolina. O transporte coletivo em diversas
cidades foi afetado, indústrias pararam atividades e voos começaram a ser
cancelados por falta de combustível nos aeroportos.
O decreto será ainda publicado nesta sexta, em uma edição extra no
“Diário Oficial da União”. Mesmo assim, as Forças Armadas já estão mobilizadas,
mas vão esperar a publicação para iniciar a operação.
Segundo o governo, a prioridade é desbloquear as rodovias para garantir
abastecimento de combustível em seis aeroportos e duas termelétricas. Entre os
aeroportos, estão Brasília, Recife, Congonhas, Confins e Porto Alegre.
A ordem será liberar todas as estradas, inclusive os acostamentos.
Segundo informações do governo, caso algum caminhoneiro não queria
retirar o caminhão da rodovia, os militares que estivem atuando na operação
poderão assumir o controle dos caminhões e dirigir os veículos.
Além disso, os caminhoneiros que resistirem à desocupação poderão ser
presos e multados.
Está prevista para a tarde desta sexta-feira uma entrevista coletiva do
Ministério da Segurança Pública a fim de explicar como será feita a operação de
desbloqueio das rodovias.
A Polícia Federal investiga "a
associação para prática de crimes contra
a organização do trabalho, a segurança dos meios de transporte e outros
serviços públicos".
Confaz
Durante a reunião
do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que decidiu
por uma redução extra de R$ 0,05 no preço do diesel, o presidente Michel Temer
defendeu sua decisão de convocar Forças Armadas, Força Nacional de Segurança e
Polícia Rodoviária Federal para dar fim à greve dos caminhoneiros e liberar as
estradas.
Para Temer, a população esperava “uma palavra dessa natureza”.
“Assim como nós tivemos coragem do diálogo, nós temos a coragem de
exercer autoridade. E eu estou colocando todas as forças federais para garantir
a livre circulação e, naturalmente, o abastecimento do país. Eu acho que o país
esperava uma palavra dessa natureza”, declarou o presidente.
Ele afirmou que o governo federal está acompanhando a greve dos
caminhoneiros desde o início, porque “desde logo, desde a deflagração do
movimento, percebemos a gravidade desse movimento”.
Temer avaliou que a greve “está atingindo seu pico no dia de hoje” e
que diante do quadro, foi preciso adotar a medida.
O presidente disse ainda aos secretários estaduais de Fazenda que
participavam da reunião que está entrando em contato com os governos estaduais
para garantir a normalização das estradas.
"Como os senhores vão voltar para os seus estados, eu já me
comuniquei com vários governadores, estamos falando com vários governadores,
para que eles também ajudem, com seus instrumentos de segurança, a
regularização do transporte nessas regiões. Se não assegurarem, as forças
federais assegurarão”, declarou.
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