Um microchip do tamanho de um grão de
arroz é a mais nova moda na Suécia. O país
nórdico vem se tornando um dos grandes laboratórios para a inserção de
implantes no corpo humano para fins de identificação. Nos últimos três anos, 3
mil pessoas apostaram na tecnologia invasiva para facilitar seu dia a dia, de
acordo com a AFP.
Em uma das iniciativas, usuários de uma
academia trocaram o cartão de identificação pelo microchip para entrar no
local. Em outra, de maior porte, a empresa nacional de transporte ferroviário,
SJ, passou a usar os chips biométricos para identificar os usuários e cobrar
automaticamente as tarifas de embarque de sua carteira virtual.
Outras empresas também já usam a tecnologia para o acesso
de seus funcionários no dia a dia. Com o chip instalado na mão, basta acenar
próximo ao sensor para registrar a entrada ou saída.
Os dispositivos usam a tecnologia de NFC (Near
Field Communication, ou Comunicação por Campo de Aproximação),
comumente empregada em cartões de crédito e smartphones, e atuam de forma
passiva: apenas armazenam e fornecem informações a outros aparelhos, mas não
efetuam, eles próprios, a leitura dos dados.
Fator
cultural
A Suécia tem uma longa tradição de compartilhamento das informações de seus
cidadãos – que, aparentemente, não se incomodam. Por lá, as pessoas podem
consultar o salário das outras fazendo uma rápida ligação para as autoridades
governamentais.
A aplicação do microchip é feita normalmente na mão, e é semelhante a colocar
um piercing. A maior parte dos usuários suecos, diz a AFP, não se preocupa com
o hackeamento das informações, uma vez que não consideram “tão valiosos” os
dados compartilhados até o momento.
Isso pode mudar se as autoridades ampliarem a quantidade de
dados no sistema, alerta o microbiólogo do Laboratório Max IV, da Suécia, Benibberton. “Até o momento, são poucos os dados coletados e
compartilhados pelos implantes, mas é provável que o volume cresça com o
tempo”, diz. Outro perigo, aponta ele, é o de reações adversas do organismo
humano aos microchips.
Mas, apesar das ressalvas para o futuro, o cientista
acredita que o país deverá seguir com os testes e até aumentá-los. “Na Suécia,
as pessoas estão bastante confortáveis com a tecnologia, e eu diria que as
resistências a essas novidades são bem menores que em outros países”, aposta.
No Brasil, testes individuais já foram feitos, mas não há políticas
empresariais para implantação de microchips. Até hoje, a tecnologia para identificação
é utilizada apenas em animais, seja para fins científicos ou controle dos pets
domésticos.
Época
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