Laerte Codonho foi condenado a 6 anos
e 7 meses de prisão e ao pagamento de multa por sonegação de benefícios
previdenciários
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O empresário Laerte Codonho foi preso em sua casa, em Cotia
Foto: Danilo Verpa/Folhapress
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O empresário Laerte Codonho,
dono da empresa de refrigerantes Dolly, foi preso na manhã desta
quinta-feira por fraude fiscal. Ao chegar ao 77º Distrito Policial,
ele exibiu uma folha de papel na qual se podia ler a frase: ‘preso pela
Coca-Cola’. Procurada, a Coca-Cola informou que ‘não comenta processos
judiciais em que não esteja envolvida’.
Codonho estava
em sua casa, localizada na Granja Viana, em Cotia, na Grande São Paulo, quando
os policiais chegaram. Além dele, foram presos Julio Cesar Requena Mazzi, apontado como
braço financeiro da empresa, e o ex-contador Rogério Raucci. Todos são acusados
de sonegação, lavagem de dinheiro e fraude fiscal, entre outros crimes.
Na operação, foram apreendidos treze
veículos de luxo e de colecionador, além de três helicópteros. Uma das
aeronaves estava em situação irregular junto à Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) e outra foi encontrada num hangar clandestino. Durante as
diligências, houve ainda a apreensão de valores em espécie totalizando ao menos
4.000 libras e mais 4.000 euros.
Em fevereiro, reportagem
de Veja revelou que Codonho havia sido condenado a seis anos e sete meses de
prisão e ao pagamento de multa por sonegação de benefícios previdenciários.
A sentença contra o empresário e outros quatro funcionários da empresa foi dada
pela 3ª Vara Federal de São Bernardo do Campo (SP).
As investigações apontam para uma fraude
fiscal de 4 bilhões de reais, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Um
dos desvios consistiu na demissão de funcionários para posterior recontratação
por outra companhia para fraudar o Instituto
Nacional do Seguro Social.
Para o Ministério Público, a Ragi
Refrigerantes – nome oficial da Dolly – pagou menos contribuições
previdenciárias e sociais do que deveria entre os anos de 1999 e 2001. Os
recursos faltantes eram destinados a programas que financiam o Incra, Senai,
Sesi, Sebrae e Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE).
O caso veio à tona após o INSS – órgão
federal responsável pela arrecadação previdenciária – notar queda nos valores
pagos pela empresa entre um ano e outro. O órgão público fez uma fiscalização e
acusou a empresa de fraude.
O juiz federal Márcio Martins de
Oliveira, responsável pela sentença, considerou que a dona da Dolly simulou os
contratos. A empresa também cometeu outras irregularidades como não emissão de
notas fiscais, folhas de pagamento ou recibos de prestação de serviço.
Outro lado
A assessoria de imprensa da
Dolly, em nota à redação, afirmou que “a prisão é injusta”. “Laerte Codonho sempre colaborou com
as autoridades e tem certeza que provará sua inocência. A defesa recorrerá da decisão e
confia na Justiça.”
Segundo os advogados, não há nenhuma
prova de que Codonho seja o proprietário e administrador da empresa.
Veja
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