Doador de 89 anos
com diagnóstico de morte cerebral é o mais velho já registrado no RJ
O Programa Estadual de Transplantes
do Rio de Janeiro recebeu, neste domingo, 23/7, a autorização para doação de
órgãos de um paciente de 89 anos, com diagnóstico de morte cerebral: após a
avaliação da equipe médica, o fígado foi captado e implantado durante a
madrugada. Sob a coordenação do PET, o órgão foi encaminhado para ser
transplantado em um paciente do Hospital Adventista Silvestre, no Cosme Velho.
O procedimento foi realizado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). De
acordo com o Sistema Nacional de Transplantes, trata-se de um dos doadores mais
velhos já registrados no país: o doador mais velho, incluindo órgãos e tecidos,
tinha 95 anos. Aos 89, o paciente doador doou o fígado mais velho do Brasil e é
doador com a idade mais avançada já registrada no estado do Rio de Janeiro.
Os transplantes de fígado no RJ
atingiram marca história para o estado: neste primeiro semestre, o Programa
Estadual de Transplantes registrou 114 transplantes de fígado em todo o estado,
sendo que ao longo de todo o ano de 2016, foram 199 procedimentos.
- A expansão dos critérios de aceite
para a captação de órgãos de pacientes considerados idosos cumpre um importante
papel para o aumento do número de procedimentos de transplantes. Nosso país vêm
observando o envelhecimento populacional e, atualmente, com os avanços da
ciência e da medicina, é possível envelhecer de forma saudável. Certamente,
esta é uma doação simbólica que mostra como o fim de uma vida longa e bem
vivida pode representar um novo começo para outra pessoa. Agradecemos à família
do doador, que foi sensível num momento de dor profunda, ao dizer “sim” à
doação de órgãos – destacou o secretário estadual de Saúde, Luiz Antonio
Teixeira Jr.
Chefe do programa de transplante
hepático do HAS, o cirurgião especialista em transplantes Eduardo Fernandes
afirmou que o caso merece destaque justamente por reforçar a segurança da
utilização de órgãos de doadores idosos.
- O procedimento não teve qualquer
intercorrência. O paciente receptor passa bem e apresenta boa recuperação.
Nossa expectativa é de que esta seja uma nova oportunidade de vida para um
paciente mais jovem, graças à atitude solidária da família deste idoso que, ao
fim de uma vida longa, ainda salvou a vida de outra pessoa – reforça o
especialista.
Um dos maiores avanços da medicina no
século 20, o transplantes representa, em muitos casos, a única oportunidade de
uma nova chance de vida para pacientes que dependem deste tipo de procedimento
para sobreviver. A mudança do perfil do doador – ou seja, o aumento do aceite,
pelas unidades transplantadoras, de órgãos de doadores limítrofes (com idades a
partir dos 60 ou 65 anos) – vem sendo observada, principalmente, por causa do
envelhecimento da população brasileira, assim como as possibilidades de uma
vida longa e saudável.
- A necessidade por doadores de
órgãos é crescente e em países como a Espanha, referência mundial neste tipo de
procedimento, já se vêm observando o envelhecimento progressivo das idades dos
doadores. A aceitação de órgãos considerados limítrofes é uma colaboração
essencial para o problema da escassez de órgãos para transplantes. Atualmente,
podemos afirmar que esta tem sido uma mudança em diversos países do mundo –
explica o coordenador do Programa Estadual de Transplantes, o médico urologista
Gabriel Teixeira.
De acordo com os registros do Sistema
Nacional de Transplantes (SNT), trata-se dos doadores de órgãos mais velho do
país e um dos mais velhos do mundo.
Transplantes de órgãos no RJ – Somente no
primeiro semestre de 2017, o Programa Estadual de Transplantes registrou 114
transplantes de fígado em todo o estado, sendo que ao longo de todo o ano de
2016, foram 199 procedimentos. Quanto aos transplantes de rins, entre janeiro e
junho de 2017, foram 186 cirurgias, o que equivale a 50% do total de cirurgias
realizadas em 2016, quando foram feitos 372 transplantes. Ainda no primeiro
semestre de 2017, foram realizados sete transplantes de coração (procedimentos
considerados mais raros e complexos), enquanto, em 2016, foram nove cirurgias
deste tipo.
Transplantes de córnea segue
registrando marcas inéditas – Foram 400 transplantes de
córnea realizados entre janeiro e junho de 2017 enquanto, ao longo de todo o
ano de 2016, foram 575 procedimentos.
Campanha Doe+Vida – Em abril de 2015, a
Secretaria de Estado de Saúde lançou a Campanha Doe+Vida, que conta com um site
exclusivo para as pessoas que querem declarar sua vontade de ser doador de
órgãos. No Brasil, não existe nenhum documento que possa ser deixado em vida para
garantir a doação de órgãos após a morte. Somente familiares diretos podem
autorizar a doação, por isso, é fundamental que as pessoas que queiram ser
doadoras conversem com suas famílias e deixem claro o desejo de ter os órgãos
doados. No site, é possível fazer o cadastro e compartilhar essa vontade com
parentes e amigos: mesmo não tendo valor legal, o cadastro serve para externar
o desejo de ser doador e salvar vidas: www.doemaisvida.com.br.
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