As ações do
"laboratório" do Plano Nacional de Segurança no Rio poderão ter mais
de 40 mil militares à disposição para começar a atuar a partir de 1º de agosto.
Contudo, esse contingente é planejado para uso em longo prazo, de muitos meses,
em ações pontuais, e não será para policiamento ostensivo, que continuará sendo
das forças de segurança estaduais. A palavra de ordem é dar "apoio" à
segurança local, como no entorno de comunidades e em estradas visadas pelo
tráfico de drogas e contrabando.
Em primeiro de agosto, no Centro do
Rio, deve ser instalado o Estado-maior conjunto, uma espécie de gabinete de
acompanhamento do plano. O local será o Comando Militar do Leste (CML). No
Palácio do Planalto, a estrutura é constantemente comparada à da Olimpíada, no ano
passado, quando vários órgãos federais e estaduais acompanhavam a situação em
tempo real.
O governo federal estuda
dispor para o plano todo o quadro do CML — que engloba Rio, Minas Gerais e
Espírito Santo —, que era de aproximadamente 47,5 mil agentes em janeiro.
Entretanto, a disponibilidade não significa liberação imediata de todos ao
mesmo tempo. A despeito do contingente chamativo, a ideia é deixar as Forças
Armadas de fora do policiamento ostensivo ou combate direto. Em vez disso,
devem dar suporte para o trabalho das forças de segurança locais, como a
Polícia Militar. Por exemplo, cercando comunidades em operações. Uma das
ênfases do plano é que o protagonismo tem de ser do próprio Rio, que terá de
mostrar disposição, diz um auxiliar do presidente Michel Temer.
Portanto, no Planalto a
expectativa é que o governo do Rio "faça a sua parte" no plano,
gestado para ser de longo prazo e combater problemas estruturais. Outra
tendência é que as operações de segurança do plano sejam pontuais e feitas de
surpresa. O termo "pirotécnico" tem sido usado por Temer, auxiliares
e ministros para descrever o que o projeto não será. Ou seja: o governo quer um
conta-gotas de longo prazo. A concepção "laboratório" do Rio foi
coordenada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência.
As medidas não devem se
restringir ao Rio. Rodovias também serão visadas pelo plano, que busca rastrear
rotas de tráfico de droga e contrabando. Para isso, fronteiras estaduais e
nacionais devem ganhar reforço na vigilância. O projeto do Planalto, que inclui
ações do Ministério do Desenvolvimento Social e revitalizações de escolas,
parques e hospitais, cogita até deixar uma equipe em Brasília para seguir o
fluxo de dinheiro do crime.
Nesta sexta-feira, o
secretário de segurança do Rio, Roberto Sá, se reuniu com o ministro do GSI,
Sérgio Etchegoyen, no Palácio do Planalto. O encontro foi para acompanhar o
planejamento das medidas, que devem começar a partir de primeiro de agosto.
Órgãos envolvidos incluem, além de ministérios, a Agência Brasileira de
Inteligência, Receita Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal,
Polícia Militar e Polícia Civil.
Extra
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