A Secretaria Municipal
de Saúde tem realizado uma série de palestras em bairros e distritos sobre o zika
vírus. Nesta semana, os bairros Vinhosa e São Mateus tem sido alvo das ações. As
equipes da Vigilância Epidemiológica, Coordenação de Vigilância Ambiental em
Saúde (CVAS), Núcleo de Informação, Comunicação e Educação em Saúde (NICES) e
Estratégia de Saúde da Família (ESF) somam forças nesta empreitada.
Há algumas semanas,
o Ministério da Saúde do Brasil vem alertando a população quanto ao aumento de
casos de zika vírus confirmados no País. Segundo o Ministério da Saúde, no Rio
de Janeiro, o vírus foi confirmado pela primeira vez em maio deste ano, daí em
diante, os casos tem se propagado com intensa rapidez.
A Secretaria de
Estado de Saúde (SES) confirmou que em Itaperuna existem suspeitas de casos
relacionados ao zika vírus. Segundo informações da CVAS, no Bairro Vinhosa foi
detectado em torno de 30 pessoas com sinais e sintomas de zika vírus.
Diante desse
cenário, a Secretaria Municipal de Saúde solicitou maior intensificação nas ações
de prevenção e controle do mosquito Aedes aegipty, transmissor da dengue, da
febre chikungunya e zika vírus. Na última quarta-feira, 16, os técnicos
estiveram no Bairro São Mateus a fim de fortalecer o Plano de Enfrentamento
contra o zika vírus em Itaperuna.
O secretário
Municipal de Saúde, Marcelo Poeys, disse que no momento é preciso fortalecer e
intensificar as ações. “Estamos nos mobilizando e nos empenhando ao máximo,
para informar aos cidadãos e especialmente as gestantes, sobre o que está
ocorrendo e como a população deve agir. Devemos nos mobilizar e fortalecer o
plano de enfrentamento contra o zika vírus em Itaperuna. Neste momento, essa iniciativa é fundamental”,
comenta o secretário.
Heron Macedo,
coordenador do CVAS, informou que as medidas nas área de controle e
enfrentamento ao corte de transmissibilidade do vírus já estão sendo tomadas. “Houve
uma reunião entre a Coordenação Geral do Estado do Rio de Janeiro envolvida nas
ações estaduais, com os coordenadores regionais. Estive presente na reunião estadual
de controle de vetores, onde foi considerada a atual situação da circulação da
dengue, chikungunya e zika vírus no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro”, diz.
Naquela oportunidade
aconteceu o lançamento da campanha “Dez minutos salvam vidas”. Os coordenadores
do Estado pediram aos municípios combate em massa para o controle da doença. “Estamos
realizando bloqueio nas áreas consideradas infestadas, com implementação dos
recursos necessários, com o carro fumacê e as bombas costais. É preciso que a população
limpe seus terrenos e tampe suas caixas d’agua. Os cuidados devem ser os mesmos
tomados contra a dengue”, complementa Heron.
Orientações no Bairro São Mateus
A equipe do NICES promoveu reunião com a presença de médico,
dentista, enfermeiro, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde, assistente
social, gestantes e a população em
geral, na ESF da localidade do São
Mateus. Cerca de 50 pessoas participaram do encontro.
A assistente
social Camila Souza V. Coelho, em sua explanação junto aos moradores, deixou
claro o quanto é necessário levar ao conhecimento de todos a atual situação. “O
município não está medindo esforços para reverter o quadro epidemiológico do
município. Porém, medidas de mudanças de comportamento e conscientização por
parte da comunidade devem ser instituídas. Sabemos que o mosquito que transmite
a dengue é o mesmo que transmite o zika, então, vamos reforçar a vigilância
quanto a esta prevenção”, comenta.
Gesiney Botelho,
coordenador do NICES, falou sobre a responsabilidade da Secretaria em mobilizar
e alertar a todos sobre a incidência do zika. “Temos a responsabilidade de ser
multiplicadores da informação. Todos nós somos formadores de opinião e agentes
disseminadores de informação, por isso, precisamos por em prática esta
condição. Só há uma forma para
minimizarmos o impacto da doença e infestação do mosquito, nos unindo por esta
causa”, reforça Gesiney.
Microcefalia
O Ministério da
Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde emitiram notas técnicas e informes
epidemiológicos confirmando a relação entre o zika vírus e a microcefalia. A
Secretaria Municipal de Saúde designou que a informação seja divulgada às
gestantes do município, informando-as sobre os cuidados durante a gravidez.
Saiba mais
ZIKA VÍRUS - De
acordo com informações do Ministério da Saúde, o zika vírus é uma doença viral
aguda, transmitida principalmente por mosquitos, tais como Aedes aegypti,
caracterizada por febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem
prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça. Apresenta evolução benigna e os
sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias.
MICROCEFALIA - A
microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em
que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal,
que habitualmente é superior a 32 cm.
CAUSAS DESTA
CONDIÇÃO - Essa malformação congênita
pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias
químicas e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
O Ministério da
Saúde confirmou que há a relação entre o
vírus zika e o surto de microcefalia na região Nordeste. O Instituto Evandro
Chagas, órgão do ministério em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames
realizados em um bebê, nascida no Ceará, com microcefalia e outras malformações
congênitas. Em amostras de sangue e tecidos foi identificada a presença do
vírus zika.
A partir desse
achado do bebê que veio a óbito, o Ministério da Saúde considera confirmada a
relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia. Essa é uma situação
inédita na pesquisa científica mundial. As investigações sobre o tema devem
continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua
atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior
vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos
primeiros três meses de gravidez.
É POSSÍVEL
DETECTAR A MICROCEFALIA NO PRÉ-NATAL? Apenas a ultrassonografia é suficiente.
No entanto, somente o médico poderá indicar o método de imagem mais adequado.
RECOMENDAÇÃO DO
MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA AS GESTANTES - O Ministério da Saúde reforça às
gestantes que não usem medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde
e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta fase,
além de relatarem aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem
durante a gestação. Também é importante que elas reforcem as medidas de
prevenção ao mosquito Aedes aegypti, com o uso de repelentes indicados para o
período de gestação, uso de roupas de manga comprida e todas as outras medidas
para evitar o contato com mosquitos, além de evitar o acúmulo de água parada em
casa ou no trabalho. Independente do destino ou motivo, toda grávida deve
consultar o seu médico antes de viajar.
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