Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) era
sondado para concorrer ao Planalto pelo PSB
Por meio de sua conta no Twitter, o ex-ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa anunciou a desistência de sua
candidatura à Presidência da República. Ele era sondado para concorrer ao
Planalto pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).
“Está
decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma
conclusão. Não pretendo ser candidato a Presidente da República. Decisão
estritamente pessoal”, escreveu Barbosa.
No
mês passado, uma pesquisa Datafolha mostrou desempenho abaixo do potencial que
o PSB esperava do ex-ministro. Na ocasião, o juiz aposentado foi incluído em
todos os cenários testados e oscilou entre 8% e 10% das intenções de voto,
desempenho melhor do que outros presidenciáveis, mas aquém do que apostava a
legenda.
Apesar da pressão dos socialistas para que ele decidisse sobre
se lançar à disputa em outubro, Barbosa vinha mantendo certo suspenso. Ciente
de que não haveria nome mais competitivo nas urnas, o PSB começou, à revelia de
Barbosa, montar estrutura de campanha e procurar aliados para compor o palanque
do ex-ministro.
Certo de que o ex-presidente da mais alta Corte Suprema do país
concordaria em entrar no mundo político, o presidente do PSB Nacional, Carlos
Siqueira, chegou a dizer que seria “questão de tempo” anunciá-lo como
representante do partido no pleito de 2018.
“Compreensível”
Nesta terça-feira (8/5), Siqueira disse ser “compreensível” a decisão do
ex-ministro do STF. “Ele (Barbosa) avisou hoje (terça) cedo. Ligou agradecendo
muito ao partido, disse ter refletido e decidido não ser candidato”,
afirmou Siqueira ao Estado de São Paulo.
De acordo com Carlos, Barbosa alegou questões pessoais para
não disputar. “Disse a ele que era compreensível, porque é uma decisão de foro
muito íntimo ser ou não candidato numa eleição”, pontuou, sem explicar quais
seriam as razões do ex-ministro.
O presidente do PSB contou que esteve com o ex-ministro do STF
recentemente, quando acertaram a contratação de assessores e marcação de
encontros com economistas e especialistas na área social para discutir pontos
de um futuro plano de governo. “Estivemos juntos na semana passada, tomamos uma
série de decisões, mas ele recuou”, declarou o dirigente partidário.
Conforme informou Siqueira, a decisão de Barbosa “não chega a
ser completamente uma surpresa”. “Essa dúvida ele sempre teve”, contou. “Nós
nunca asseguramos a legenda para ele, assim como ele nunca assegurou para nós
que seria candidato. Então, estava dentro do combinado”, acrescentou. Segundo o
presidente da sigla, o partido vai discutir o que fazer a partir de agora nas
próximas semanas. “Vamos discutir esse assunto posteriormente”, declarou.
Quem ganha
Com Barbosa
fora do páreo, o cenário para outubro pode favorecer outros candidatos ditos da
esquerda. Marina Silva, da Rede, tem potencial para abocanhar parte dos
eleitores que estavam convictos a apostar no ex-ministro. Outro com chances de
herdar os votos de Barbosa é Ciro Gomes (PDT), que pode se aproveitar justamente
daqueles que viam no ex-presidente da Corte Suprema um candidato de
centro-esquerda.
Trajetória
Ministro do STF de 2003 a 2014, Barbosa foi presidente da Corte entre 2012 e
2014 e desempenhou papel de destaque no julgamento da Ação Penal nº 470, a do
Mensalão. Doutor e mestre pela Universidade de Paris-II Panthéon-Assas, o
ex-ministro é professor licenciado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Em sua longa carreira pública, antes de chegar ao Supremo, atuou
por quase 20 anos como procurador do Ministério Público Federal.
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