A maioria das mulheres com
o tipo comum de câncer de mama poderia evitar a quimioterapia após a cirurgia,
dependendo de sua pontuação em um teste genético, anunciaram pesquisadores
neste domingo.
Cerca de 65 mil mulheres,
apenas nos Estados Unidos, poderiam ser afetadas pelo estudo, divulgado na
reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago.
Até agora, as mulheres
enfrentaram uma grande incerteza sobre acrescentar a quimioterapia à terapia
hormonal após um diagnóstico de câncer de mama de receptores hormonais
positivos e HER2 negativo, quando se encontram em uma etapa precoce, antes de
se espalhar para os gânglios linfáticos.
Com os resultados deste
estudo, "podemos evitar, com segurança, a quimioterapia em cerca de 70%
das pacientes diagnosticadas com a forma mais comum de câncer de mama",
diz a coautora e oncologista Kathy Albain.
Um teste de 21 genes
chamado Oncotype Dx, existente desde 2004, ajudou a guiar algumas decisões
pós-cirurgia. Uma pontuação alta, acima de 25, significa que a quimioterapia é
recomendada, para evitar a reincidência, enquanto uma pontuação abaixo de 10
significa que a mesma não é necessária.
O estudo envolveu mais de
10 mil mulheres e se concentrou naquelas cuja pontuação ficou entre 11 e 25. As
pacientes, de 18 a 75 anos, foram selecionadas aleatoriamente para se
submeterem a quimioterapia e terapia hormonal, ou apenas terapia hormonal. Os
pesquisadores estudaram os resultados, incluindo se houve reincidência, e a
sobrevivência das pacientes.
Em toda a população
estudada com pontuação entre 11 e 25, "e, principalmente, entre mulheres
de 50 a 75 anos, não houve diferença significativa entre os grupos com e sem
quimioterapia", segundo o estudo, publicado na "New England Journal
of Medicine".
Os resultados mostram que
todas as mulheres com mais de 50 anos e pontuação de 0 a 25 podem evitar a
quimioterapia e seus efeitos colaterais tóxicos.
Entre as mulheres com
menos de 50 anos e pontuação de 0 a 15, a quimioterapia também poderia ser
omitida. No entanto, entre as mais jovens com pontuação de 16 a 25, os
resultados foram levemente superiores no grupo da quimioterapia.
O estudo "deverá ter
um grande impacto entre os médicos e pacientes", prevê Kathy.
"Estamos reduzindo a terapia tóxica."
O câncer de mama é o mais
letal entre as mulheres em todo o mundo, com 1,7 milhão de novos casos e mais
de meio milhão de mortes por ano.
JB
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