Estado tem só duas cidades com conceito alto. Macaé caiu de 5ª para 17ª no ranking do RJ
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O índice monitora todas as cidades brasileiras e a avaliação varia de 0
a 1 Ft: Arquivo RF |
Itaperuna, no Noroeste do RJ, é a
cidade com melhor índice de desenvolvimento socioeconômico do estado. É o
que aponta o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgado pelo
Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) com base
em dados oficiais de 2016, últimos disponíveis. Segundo a pesquisa, o crescimento
da renda foi a principal causa da cidade subir da 6ª colocação, na edição
anterior do índice (2013), para o 1º lugar. Além de Itaperuna, apenas Nova Friburgo foi
classificada como alto desenvolvimento em todo o estado.
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O índice monitora todas as cidades brasileiras
e a avaliação varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1 maior o seu
desenvolvimento. Cada uma delas é classificada em uma das quatro categorias do
estudo: baixo desenvolvimento (de 0 a 0,4), desenvolvimento regular (0,4 a
0,6), desenvolvimento moderado (de 0,6 a 0,8) e alto desenvolvimento (0,8 a
1). São acompanhadas as áreas de Emprego e Renda, Saúde e Educação e
avaliadas conquistas e desafios socioeconômicos de competência municipal:
manutenção de ambiente de negócios propício à geração local de emprego e renda,
Educação Infantil e Fundamental, e atenção básica em saúde. O IFDM
avaliou 5.471 cidades. As novas, para as quais ainda não há dados, e aquelas
com ausência, insuficiência ou inconsistência de informações, não foram analisadas.
No Norte e Noroeste do RJ, outro
destaque foi o município de São Jose de Ubá com o maior IFDM Saúde das duas
regiões e o terceiro maior do estado. Os maiores recuos, nas duas
regiões, aconteceram em Laje do Muriaé (-6,6%), devido a queda do índice referente
à Saúde, e em São Francisco de Itabapoana (-6,5%), pela redução dos índices de
Emprego e Renda.
Macaé, que havia sido destaque na
edição anterior do IFDM, referente ao período pré-crise (2013), caiu da 5ª
posição no ranking estadual para a 17 ª. A causa foi a redução nos indicadores
de emprego e renda, principalmente devido à crise econômica. Campos dos
Goytacazes, maior município das duas regiões, caiu duas posições do ranking,
passando da 26ª, na edição anterior (2013), para a 28 ª posição entre os
municípios do estado.
Das 10 melhores cidades no ranking
fluminense, seis retrocederam. Uma delas foi a capital, que caiu de 5º
lugar para 11º lugar na lista das capitais também na comparação do período
pré-crise (2013) com 2016, por conta, principalmente de Emprego e Renda.
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A crise, que teve início em 2014 e
causou forte recessão no país, se manifestou fortemente no território
fluminense, principalmente na vertente Emprego e Renda: 62% dos municípios do
Rio regrediram na comparação com o ano anterior. A última colocada no ranking
estadual foi Japeri, apesar de ter melhorado seu desempenho.
As três cidades com pior colocação no
IFDM são da Baixada Fluminense: Queimados, Belford Roxo e Japeri. As duas
últimas estão entre as 10 com pior avaliação no estado desde 2005. Japeri, no
entanto, melhorou em 14,9% sua pontuação no IFDM geral na comparação 2016 X
2015. A região como um todo foi a que apresentou pior avaliação: o IFDM
geral ficou 3,9% inferior ao do estado. Já no Sul e Centro-Sul Fluminense o quadro
é o oposto: a média das cidades é 3,9% superior à média do estado.
Nas regiões Norte e Noroeste
Fluminense, a nota média foi 0,6% inferior ao estado do Rio de Janeiro. A
vertente Emprego e Renda ficou 9,3% abaixo da média fluminense. Em contrapartida,
Educação (+3,7%) e Saúde (+0,5%) registraram valores acima da média do estado.
Oito municípios das duas regiões apresentaram baixo desenvolvimento na vertente
de Emprego e Renda.
No IFDM Geral, 95,7% das cidades
fluminenses apresentaram desenvolvimento moderado, 2,2%, regular, e nenhuma
baixo desenvolvimento. Nas vertentes Saúde e Educação, 52,2% dos municípios
foram classificados como alto desenvolvimento.
Mercado de trabalho encolheu em quase
60% das cidades brasileiras
Em relação à totalidade das cidades
brasileiras, o estudo mostra que, na comparação com 2015, Educação e Saúde em
todo o país tiveram o menor avanço da última década. Nesta edição, o IFDM
Brasil atingiu 0,6678 ponto – abaixo do nível observado em 2013. No
resultado geral, que inclui a média das notas dos três indicadores (Emprego e
Renda, Saúde e Educação) só 431 municípios (7,9%) tiveram alto desenvolvimento.
Em Emprego e Renda, o IFDM destaca
que, entre 2015 e 2016, foram fechados quase 3 milhões de postos de trabalho
formais no país. Em 2016, quase 60% das cidades brasileiras fecharam postos de
trabalho. Com isso, o indicador de Emprego e Renda do estudo registrou 0,4664
ponto, com pequena recuperação com relação a 2015 (0,4336). O movimento é
explicado pelo aumento no rendimento real do trabalhador formal, em parte por
conta da política de reajuste do salário mínimo.
Louveira (SP) foi a cidade melhor
avaliada de todo o país (0,9006). O segundo e terceiro lugares no ranking
nacional ficaram também com cidades paulistas: Olímpia e Estrela do Norte, que
avançou 13,4% no IFDM Emprego e Renda graças a aberturas de novos postos de
trabalho.
Só cinco cidades alcançaram alto
desenvolvimento nesse indicador: São Bento do Norte (RN), Capanema (PR),
Telêmaco Borba (PR), Selvíria (MS) e Cristalina (GO). Foi o pior resultado da
série histórica. O estudo destaca que a crise foi tão severa que mesmo que o
IFDM Emprego e Renda cresça nos próximos anos com variação média de 1,5%, o
país só alcançará o nível de 2013 em 2027. A recessão custou mais de uma década
de desenvolvimento para o mercado de trabalho formal dos municípios.
O estudo revela que o país mantém
enormes disparidades regionais: o Sul é a região mais desenvolvida, tendo 98,8%
de cidades com desenvolvimento alto ou moderado. O Sudeste e o Centro-Oeste têm
perfil semelhante. Já Norte e Nordeste têm, respectivamente, 60,2% e 50,1% dos
municípios com desenvolvimento regular ou baixo. Florianópolis, com 0,8584,
ocupa o primeiro lugar entre as capitais. No último lugar do ranking, com
0,3214, está Ipixuna, no Amazonas.
Desafios em Saúde e Educação
continuam grandes
Nesta edição o IFDM Saúde teve o
menor avanço da última década (1,6%). Entre as variáveis que compõem esse
indicador, a que mais precisa se desenvolver é a de percentual de gestantes com
sete ou mais consultas pré-natal, o recomendado pelo Ministério da Saúde. Em
2016, um terço (32,2%) delas não tiveram a quantidade mínima de consultas. A
perspectiva não é positiva: caso a cobertura evolua na taxa média dos últimos
três anos a universalização só será atingida em 2029.
O IFDM Educação também progrediu lentamente: foi o menor avanço da
última década (0,6%): os indicadores que compõem esse quesito continuam longe
das metas definidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE). A meta de
universalizar a educação infantil na pré-escola, por exemplo, que deveria ter
sido atingida em 2016, só deve ser alcançada em 2035 caso a taxa de crescimento
permaneça em 1,2%.
Para o Sistema FIRJAN, políticas macroeconômicas para o equilíbrio fiscal
e gestão eficiente dos recursos públicos são essenciais para que as cidades se
recuperem e atinjam nível de desenvolvimento que atenda às necessidades dos
brasileiros.
O IFDM, com
os dados específicos de cada município, rankings e análises, pode ser acessado
através deste link: www.firjan.com.br/ifdm.
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