Oito senadores são cogitados como possíveis candidatos para disputar a presidência. Se confirmado o número, será a eleição com mais postulantes desde a redemocratização
A 12 dias da eleição, o Senado pode registrar número recorde de
candidatos a presidente da Casa desde a redemocratização.
A eleição para a presidência do Senado está marcada para 1º de
fevereiro, mesmo dia em que os eleitos em outubro tomarão posse.
Entre pré-candidatos declarados e cotados para o comando do
Senado, oito são cogitados para a disputa da eleição deste ano:
Alvaro Dias (Pode-PR) - quarto mandato
Ângelo Coronel (PSD-BA) - eleito em outubro pela
primeira vez
Davi Alcolumbre (DEM-AP) - está na metade do
mandato de oito anos
Esperidião Amin (PP-SC) - eleito em outubro, volta
ao Senado
Major Olímpio (PSL-SP) - eleito em outubro pela
primeira vez
Renan Calheiros (MDB-AL) - quarto mandato
Simone Tebet (MDB-MS) - está na metade do mandato de
oito anos
Tasso Jereissati (PSDB-CE) - segundo mandato
Caso as intenções se
convertam em candidaturas, a eleição de 2019 será a recordista em número de
concorrentes desde a redemocratização.
Desde 1985 – quando se encerrou a ditadura militar – a eleição
para a presidência do Senado que mais registrou candidatos foi a de 2001,
disputada por três parlamentares: Jader Barbalho (MDB-PA) e os ex-senadores
Arlindo Porto (PTB-MG) e Jefferson Peres (PDT-AM). Na ocasião, Jader saiu
vitorioso.
Dono da maior bancada do Senado na próxima legislatura – com 12
senadores –, o MDB reivindica o direito de comandar mais uma vez a Casa. A
princípio, a sigla pode ter dois candidatos na corrida pela presidência do
Senado.
Desde 2007, o MDB preside o Senado. Naquele ano, o partido
deixou a presidência da Casa, que vinha desde 2001, após Renan Calheiros renunciar ao
cargo após denúncia de que recebia mesada de uma empreiteira para
pagar a pensão de uma filha. Ele foi absolvido desta acusação pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a Secretaria-Geral do Senado, a Constituição e
o regimento da Casa dizem que, na eleição da Mesa Diretora, será assegurado
"tanto quanto possível a proporcionalidade". Ainda de acordo com o
órgão, "tradicionalmente, quem tem a maior bancada tem também a
presidência, mas isso depende de uma votação".
Os possíveis candidatos
Um dos nomes do MDB
cotados para a disputa é o de Renan Calheiros, que já comandou o Senado em outras
quatro oportunidades. Ele possivelmente tentará o quinto mandato como
presidente. Publicamente, entretanto, evita confirmar a candidatura.
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Nos bastidores, Renan tem conversado com senadores de diferentes
siglas, veteranos e novatos, apoiadores e opositores do presidente Jair
Bolsonaro e, inclusive, com integrantes do novo governo.
O emedebista também tem utilizado as redes sociais para comentar
o processo eleitoral na Casa e criticar possíveis adversários.
"Sobre eleição no Senado: bato mais facilmente continência
para um major da polícia do que para um coronel da política como Tasso",
disparou Renan em uma rede social na última quinta-feira (17).
No entanto, ele enfrenta resistência da ala do Senado que se
elegeu com o discurso de renovação e contra parlamentares investigados. Renan é
alvo de 14 inquéritos no STF, mas não é réu em nenhum deles. Ele nega as
acusações e diz que todas investigações serão arquivadas.
A sucessão da presidência do Senado ainda será discutida no fim de janeiro pela
bancada do MDB.
Outros nomes do partido podem aparecer como alternativa, como o
da atual líder da legenda, Simone Tebet, que se colocou à disposição dos
correligionários para disputar o comando da Casa.
Filha do ex-presidente do Senado Ramez Tebet, a parlamentar
sul-mato-grossense conta com o apoio de senadores de outras legendas e também
de ruralistas.
Outro nome que aparece entre os possíveis candidatos à
presidência do Senado é o de Tasso Jereissati.
Segundo interlocutores, o senador cearense "está no jogo" e admite a
pré-candidatura.
Parlamentares próximos ao tucano afirmam que ele tem se mantido
distante do processo para evitar "bolas divididas", porém, tem
conversado com colegas sobre a sucessão no Senado.
O PSDB será a segunda maior bancada do Senado em 2019, com oito
senadores.
O novo presidente da República e integrantes do governo têm
repetido que o governo não vai interferir na disputa pela presidência do
Senado.
No entanto, três nomes na lista dos possíveis candidatos contam
com a simpatia do Planalto: Davi Alcolumbre, Esperidião
Amin e Major
Olímpio.
Apesar de afirmar que levará a candidatura até a eleição,
Olímpio, eleito pelo PSL de Bolsonaro, não descarta desistir da disputa para
apoiar um nome com mais chances de se eleger.
Alcolumbre é do DEM, partido do ministro-chefe da Casa Civil,
Onyx Lorenzoni, de quem o senador do Amapá é próximo.
Senadores afirmam que pode pesar contra a candidatura de
Alcolumbre o fato de o DEM já ter sido contemplado com três ministérios (Casa
Civil, Agricultura e Saúde) e estar também na disputa pelo comando da Câmara
com o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"Poder não dá para concentrar de um lado só, em um mesmo
lugar", afirmou um senador.
Esperidião Amin mantém bom relacionamento com Bolsonaro, de quem
foi colega na Câmara dos Deputados.
Candidato derrotado à
Presidência da República em 2018, Alvaro Dias ainda não afirmou publicamente que será
candidato ao comando do Senado.
O parlamentar do Paraná, porém, tem se aproximado de senadores
de primeira viagem e, inclusive, disparou mensagens comentando o perfil que
deve ter o sucessor do atual presidente da Casa, Eunício Oliveira (MDB-CE).
Ângelo
Coronel já
divulgou que é pré-candidato ao comando do Senado. O PSD, que contará com sete
senadores em 2019, tem uma reunião marcada no final de janeiro. No encontro, a
legenda vai definir se mantém a candidatura de Coronel.
"Vai depender dos apoios que ele vai ter. Tanto o Ângelo
Coronel quanto o PSD sabem que é arriscado não fazer uma composição com o
vencedor da eleição. Podem ficar fora da Mesa ou das principais
comissões", ressaltou um parlamentar do PSD.
Bloco
suprapartidário
Há ainda a tentativa de
formação de um bloco suprapartidário com PDT, PSB, Rede e PPS. Esses partidos
podem votar juntos em um mesmo candidato, mas ainda não está definido se
lançarão um postulante ao comando da Casa.
Ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT-CE) chegou a ser cotado
como opção desse bloco, mas o gabinete do parlamentar não confirma uma
pré-candidatura.
Maioria absoluta
Segundo a Secretaria-Geral
da Mesa, para se eleger presidente do Senado, o candidato deverá alcançar, pelo
menos, 41
dos 81 votos, o que corresponde à maioria absoluta dos
senadores.
Caso contrário, a disputa irá para segundo turno com os dois
mais bem votados.
Além da cadeira principal da Casa, estão em jogo outras seis
funções na Mesa Diretora.
G1
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