sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Com venda de Igor Rabello ao Atlético-MG, Botafogo consegue mais R$ 13 milhões para sair do buraco



Igor Rabello vai mesmo trocar de alvinegro. Por R$ 13 milhões, o jovem zagueiro que veio da base do Botafogo vai jogar no Atlético-MG, clube que adquiriu 70% dos seus direitos. É o segundo titular vindo da base que o Botafogo vende para o mercado brasileiro após o fim da temporada passada —o primeiro foi Matheus Fernandes, que foi para o Palmeiras — o que expõe uma necessidade e uma realidade cada vez mais presente para o clube de General Severiano: é preciso saber vender.
Em outubro, a pedido da diretoria, o Conselho Deliberativo do clube aprovou a antecipação de R$ 18,8 milhões (cerca de 13%) da cota de TV dos estaduais de 2020 e 2021. A justificativa, segundo os atuais mandatários do clube, não era por excesso de gastos, e sim por falta de receitas. Antes do acerto com o Palmeiras por Matheus Fernandes, só 10% da meta com venda de jogadores tinha sido alcançada.

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O dinheiro adiantado, usado principalmente para pagar os dois meses de salários atrasados na época, serviu só para um breve respiro: os vencimentos voltaram a atrasar. O Botafogo até gostaria de barganhar mais por Igor Rabello — que recebeu uma proposta melhor de um time russo anteriormente, mas não quis ir — mas a necessidade de tentar manter a folha em dia vem junto com o medo de perder oportunidades de venda. Quando o Atlético-MG pareceu dar sinais que desistiria, o clube fechou o negócio.
Antes, a última grande venda foi em 2016, quando o atacante Ribamar (hoje no Vasco) foi vendido ao 1860 Munique por R$ 9 milhões. Depois de um longo inverno, as negociações de Matheus Fernandes e Rabello podem representar R$ 28 milhões nos cofres alvinegros só nesta janela. É mais, por exemplo, do que o dinheiro que o clube recebeu, em 2013, com a venda de Vitinho para a Rússia, a maior da história do clube (o CSKA pagou R$ 31 milhões, mas o Bota, dono de 60% dos direitos do atleta, recebeu R$ 18,6 milhões).
Penhora atrapalha

O buraco alvinegro é tão embaixo que o clube ainda tem que conviver com as penhoras. Quase 43% do valor conseguido com Matheus Fernandes foi penhorado devido à uma ação de Oswaldo de Oliveira, técnico do time até o fim de 2014. O clube tenta reaver na Justiça o valor, mas enquanto não consegue, teve que contar com a sorte: coube ao benemérito Cláudio Good pagar do próprio bolso o salário de novembro dos funcionários, o que garantiu o Natal. Os trabalhadores do clube seguem com férias e 13º salário atrasado.
Neste cenário, de que é preciso dinheiro “para ontem”, ainda que com a venda de suas revelações, o Botafogo tenta garantir algum futuro. Ao ficar com 30% dos direitos de Rabello — também ficou com 25% dos de Matheus Fernandes — a diretoria tenta garantir algum lucro se os jogadores se destacarem e forem vendidos por valores maiores em breve. A ideia é ganhar com atletas da base, ainda que eles já vistam outras camisas. Pode até ser alvinegra.

ExtraOnline

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