Chiquinho da Mangueira e André Corrêa estão presos. Entre os alvos está um secretário do governo de Luiz Fernando Pezão (MDB), que não é investigado. PF também busca documentos na Alerj e no Palácio Guanabara
![]() |
Fachada da Alerj — Foto: Marcos Serra Lima/G1
|
Polícia Federal cumpre mandados de prisão contra 10
deputados estaduais do Rio de Janeiro e mais 12 pessoas em um desdobramento da
Operação Lava Jato. Entre os alvos da Operação Furna da Onça também está
Affonso Monnerat, secretário de governo de Luiz Fernando Pezão (MDB). O
governador não é investigado. As investigações apontam que os envolvidos
recebiam propinas mensais que variavam de R$ 20 mil a R$ 100 mil - além de
cargos.
Três dos parlamentares foram presos no ano passado:
Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi. O deputado estadual Chiquinho da
Mangueira foi preso por volta das 7h25 desta quinta-feira; André Corrêa, seu
colega de Alerj e ex-secretário de Meio Ambiente, às 8h10.
A investida, desta vez, mira esquema de compra de
apoio político de parlamentares. O alvo é o grupo político da base do MDB do
ex-governador Sérgio Cabral, que comanda o estado há mais de 10 anos. O nome da
operação é referência a uma sala de reuniões localizada ao lado do plenário da
Alerj onde deputados se reúnem para rápidas discussões antes das votações.
De acordo com as investigações, a
organização criminosa, chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral, pagava
propina a vários deputados estaduais, a fim de que patrocinassem interesses do
grupo criminoso na Alerj.
O
“mensalinho” era resultado de sobrepreço de contratos estaduais e federais. De
forma ilícita, os parlamentares eram beneficiados ainda com o loteamento de
cargos em diversos órgãos públicos do estado, como o Detran, onde poderiam
alocar mão de obra comissionada ou terceirizada.
A força-tarefa afirma que o esquema continuou
mesmo após as operações do ano passado.
Os investigados devem responder, na medida de
suas participações, pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa,
passiva e lavagem de dinheiro.
Policiais federais cumprem mandados de busca
e apreensão no Palácio Guanabara, sede do Executivo Fluminense, e no anexo da
Alerj.
![]() |
Publicidade |
Alguns dos alvos são:
Affonso Monnerat, secretário estadual de Governo;
André Correa (DEM), deputado estadual e
ex-secretário estadual de Meio Ambiente, preso na Barra;
Chiquinho da Mangueira (PSC), deputado estadual
reeleito, preso na Barra;
Coronel Jairo (MDB), deputado estadual não
reeleito;
Edson Albertassi (MDB), deputado afastado - já
preso em Bangu;
Jorge Picciani (MDB), deputado afastado - já em
prisão domiciliar;
Leonardo Jacob, presidente do Detran;
Luiz Martins (PDT), deputado estadual reeleito;
Marcelo Simão (PP), deputado estadual não reeleito;
Marcos Abrahão (Avante), deputado estadual
reeleito;
Marcus Vinícius Neskau (PTB), deputado estadual
reeleito;
Paulo Melo (MDB), deputado afastado - já preso em
Bangu;
Vinícius Farah (MDB), ex-presidente do Detran,
eleito deputado federal;
A
operação foi determinada por desembargadores da 1ª Seção Especializada do
Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) e se debruça também sobre a
atual gestão do governo estadual, apesar de não haver citação direta ao
governador Luiz Fernando Pezão.
Operação Cadeia Velha
Deflagrada
em novembro de 2017, a operação levou para a cadeia os deputados
Jorge Picciani, Paulo Mello e Edson Albertassi e investigou esquema de
corrupção em que os deputados usavam da sua influência para aprovar projetos na
Alerj para favorecer as empresas de ônibus e também as empreiteiras.
Atualmente, Jorge Picciani está em prisão
domiciliar por causa de sua saúde e Paulo Mello e Albertassi seguem presos em
Bangu.
Esta semana, o RJ2 mostrou trechos de escutas
gravadas com autorização da Justiça na época da Cadeia Velha. Os áudios trazem Picciani articulando para sair da
prisão, horas antes de se entregar, e o braço direito do então
presidente da Alerj negociando
recolhimento de propina.
G1
COMPARTILHE
Curta Nossa Página no Facebook