Um deslizamento de
terra e pedras deixou pelo menos nove mortos e 11 feridos na madrugada
deste sábado (10) em Niterói, região metropolitana do Rio. O número de vítimas
pode ser maior, pois os trabalhos de resgate continuam no local. Da noite de
quarta-feira até sexta-feira, fortes chuvas atingiram o Estado do Rio,
incluindo a região metropolitana, mas não houve registro de acidentes graves em
outras localidades além de Niterói.
Pelo menos seis casas foram atingidas pelo deslizamento, no
Morro da Boa Esperança, na chamada região oceânica de Niterói, mais afastada do
Centro da cidade. Moradores relataram ao canal GloboNews que o acidente ocorreu
por volta das 4 horas da manhã. O Corpo de Bombeiros do Rio foi acionado às
5h08, segundo a assessoria de imprensa do órgão.
"Choveu muito nos últimos dois dias. Niterói estava em
estágio de atenção e alerta de acordo com a área e as comunidades estavam
avisadas dessa situação, com recomendação para buscarem locais seguros",
disse à GloboNews o secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do
Corpo de Bombeiros Militar, coronel Roberto Robadey Costa Júnior.
Sete equipes de
cinco quartéis do Corpo de Bombeiros, num total de 50 homens, atuaram no
resgate a feridos. Moradores do local se juntaram às equipes para ajudar,
voluntariamente, no trabalho de resgate. Conforme o comandante Robadey, o
trabalho de remoção dos escombros e resgate das vítimas ou busca por mortos
poderia levar até 48 horas.
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Entre os mortos
estão duas mulheres entre 50 e 60 anos e um homem de 37 anos. Entre os feridos,
pelo menos duas pessoas foram resgatadas com estado de saúde estável, um homem
de 43 anos e uma menina.
Segundo Claudio dos
Santos, que se apresentou como presidente da associação de moradores do local,
algumas das casas atingidas pelo deslizamento já estavam interditadas pela
Defesa Civil há cerca de um ano, mas seus donos se recusavam a deixá-las.
"As casas
estavam isoladas pela Defesa Civil. Só que os moradores são complicados, não
querem sair. Ontem (sexta-feira) mesmo a gente estava preocupado com essa
chuva", disse Santos à GloboNews. Em entrevista o "RJTV", da TV
Globo, uma moradora confirmou a interdição de algumas casas e acusou a
Prefeitura de Niterói de não ter agido.
O prefeito de
Niterói, Rodrigo Neves (PDT), negou que houvesse casas interditadas e descreveu
o acidente como uma fatalidade, pois não se tratou de um deslizamento de
encosta que poderia receber obras de contenção. "Foi a ruptura de um
maciço, não foi deslizamento de encosta", afirmou Neves, por telefone, em
entrada ao vivo no "RJTV". Em nota, a Prefeitura de Niterói informou
que "investiu mais de R$ 150 milhões em obras de contenção em 50 encostas
da cidade".
Estadão Conteúdo
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