Há pequenos cuidados que podemos ter para ajudar a manter o coronavírus fora de casa e evitar assim a propagação do contágio
A pandemia do novo coronavírus chegou, mas veio sem
“manual de instruções”. E o mundo ainda está a tentar adaptar-se e
a perceber qual será melhor forma de gerir o dia a dia e as rotinas,
bem diferentes de antes, sobretudo para evitar o contágio. E dentro de casa,
sobre o que fazer ou como fazer, ainda há muitas dúvidas, como por exemplo,
saber com exatidão o tempo que vírus pode “sobreviver” nas superfícies. Mas é
certo que há vários cuidados que se podem ter para evitar que o Covid-19 fique
a viver com as famílias, como seja a limpeza às compras do
supermercado ou o tratamento do lixo doméstico.
Tentamos
responder, assim, a algumas dúvidas frequentes com base no guia produzido pelo
jornal espanhol online eldiario.es, cujo território, como sabemos, é um dos
mais afetados do mundo pelo coronavírus. Antes de mais, é importante referir
que, ainda sem certezas absolutas, que o tempo de sobrevivência do vírus varia
de material para material: pode durar até 3 dias no plástico e cerca de 2
dias no aço, segundo um estudo científico publicado pelo New England
Journal of Medicine. Os investigadores concluíram também que, e apesar de
permanecer mais estável sobre estes dois materiais, a carga viral reduzia-se
muito durante esse período. No cobre, o coronavírus permanecerá três horas e no
cartão cerca de 24 horas.
Recomendações gerais para fazer compras
É importante
que façam as compras as pessoas que não têm sintomas, para evitar a propagação
do vírus;
Manter sempre
uma distância de segurança de 1 a 2 metros para evitar aglomerados;
Não tocar com
as mãos no rosto;
Lavar bem as
mãos ao chegar a casa.
Posso ficar infetado com os produtos de
supermercado?
Os
especialistas concordam que a transmissão por plásticos, embalagens ou cartão
não é a via mais habitual, uma vez que, mesmo permanecendo nas superfícies, a
carga viral é muito baixa. Portanto, a recomendação geral é manter as regras de
higiene e lavar as mãos com água e sabão quando chegares do supermercado,
evitando tocar no rosto com as mãos.
Ainda assim,
e ainda que o risco de contaminação seja baixo, não é nulo, pelo que, e como
medida de precaução, seja melhor limpar tudo aquilo que não for poroso.
Recomenda-se a utilização de um pano limpo embebido num solução de duas
colheres de lixívia por litro de água – as superfícies onde as embalagens
estiveram, e depois de arrumadas, também devem ser desinfetadas.
O ideal é
nunca, mas nunca, esquecer de lavar as mãos, uma vez que são elas que nos podem
infetar.
Posso reutilizar os sacos de plástico?
O melhor será
lavá-los com água e sabão e deixá-los a secar no estendal. Os sacos de pano
devem ser igualmente lavados.
Posso ficar contaminado pela ingestão de alimentos?
Não há provas
de que tal possa acontecer, mas o melhor será lavar bem os alimentos e
lavar as mãos antes e depois de cozinhar.
Posso ficar contaminado com as notas e moedas?
Não há uma
recomendação oficial da OMS sobre a necessidade de desinfetar notas ou cartões
de crédito. Mais uma vez, é preciso lavar as mãos logo depois de manusear este
tipo de objetos. O melhor será, ainda assim, e sempre que possível, pagar com
cartão 'contactless' ou através do telemóvel, por via de apps.
E se receber uma encomenda ou comida ao domicílio?
O risco de
ficar contaminado com uma encomenda é baixo, ainda assim, é importante manter a
distância de segurança do estafeta que fizer a entrega e lavar as mãos logo
depois de retirar o produto da embalagem. O ideal será limpar esse mesmo
produto e voltar a lavar as mãos.
Como limpar a casa?
É importante
manter as casas arejadas. A falta de ar fresco são fatores que favorecem a
transmissão do vírus.
Fazer uma
limpeza diária das superfícies nas quais mexemos com frequência: mesas,
cadeiras, puxadores das portas, sanita, interruptores, etc..
Que formas de desinfetar são efetivas?
A lixívia
diluída em água é bastante eficaz, assim como a aplicação de álcool com um pano
– o vinagre e o amoníaco, por outro lado, não se mostram eficazes.
Quem não
tiver desinfetantes próprios pode, por isso, fazer uma mistura de 20 ml de
lixívia para 1 litro de água. Abanar várias vezes para que se misture,
mergulhando o pano com esta solução sempre que for necessário desinfetar
superfícies.
Também se
pode usar uma solução à base de álcool para desinfetar pequenas superfícies ou
itens pessoais. Para isso bastará juntar 70 ml de álcool de 96º numa garrafa
com 100 ml de água.
E o telemóvel?
Para limpá-lo
pode utilizar-se álcool diluído, evitando passar zonas de saída e entrada de
som, ou carregamento.
É possível ficar contagiado na rua?
Não há
nenhuma evidência do perigo de pisar asfalto, mas o melhor será deixar o
calçado à porta ou numa zona dedicada ao efeito à entrada de casa.
E como se deve lavar a roupa?
O risco de
contaminação pela roupa também é baixo, portanto, em situações normais,
basta uma lavagem normal.
Se houver
alguém doente em casa, é recomendável colocar roupas de cama, toalhas, roupas
etc. num saco fechado até à hora de lavá-la. Nesse caso, não sacudas as roupas
antes de lavá-las com sabonetes ou detergentes comuns a uma temperatura de
lavagem de 60 a 90 ºC.
E o lixo?
O ministro
português do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, lançou
um vídeo explicativo sobre os cuidados com o lixo por causa do vírus, pedindo
uma gestão mais atenta dos resíduos. As dicas são estas:
Todos os
resíduos produzidos em casas com casos de infeção ou suspeita de contaminação
devem ser colocados no lixo comum – o saco do lixo não deve ser completamente
cheio e deves certificar-te que é colocado dentro de outro saco.
As luvas,
máscaras e os lenços de papel, mesmo sem estarem contaminados, devem ser sempre
colocados no lixo comum, e nunca, mas nunca, no ecoponto ou na sanita.
Neste momento
não se deve deixar no exterior da casa móveis, colchões ou outros “objetos fora
de uso” - os chamados "monos".
Idealista/News
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