Medicamento está sendo testado em pacientes com covid-19
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Os ensaios clínicos
com a nitazoxanida são um dos projetos prioritários da RedeVírus MCTIC Carolina Antunes/PR |
O
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) vai
destinar R$ 5 milhões para a segunda fase da pesquisa com a nitazoxanida, para
avaliar a eficácia desse antiparasitário em pacientes com sintomas leves da
covid-19. O medicamento começou a ser testado em pessoas no mês passado, após ter
apresentado 94% de eficácia em ensaios in vitro na redução
da carga viral em células infectadas pelo novo coronavírus.
Na
primeira fase, estão sendo testados 500 pacientes positivos para a covid-19,
com sintomas de pneumonia como febre, tosse seca e as características da
tomografia com vidro fosco. Na segunda fase, que deve começar ainda esta
semana, participarão mais 500 pacientes com sintomas iniciais da doença. Ao
todo, 17 hospitais em sete estados participam dos testes clínicos.
De
acordo com o ministério, a nitazoxanida é um antiparasitário que pode agir em
viroses e, no passado, já foi utilizado com sucesso contra o rotavírus. A droga
é de baixo custo, tem poucos efeitos colaterais, mas, agora, por segurança e
para evitar uma corrida às farmácias, está classificada como remédio
controlado.
“No
momento em que tivermos os resultados vamos ter certeza se funciona ou não (para covid-19). A probabilidade maior é que funcione, dado o histórico da
pesquisa. Mas é importante ter o resultado porque ele segue um protocolo
científico”, explicou o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações, Marcos Pontes, em coletiva de imprensa, hoje (19), no Palácio do
Planalto.
Novos
investimentos
Os
ensaios clínicos com a nitazoxanida são um dos projetos prioritários da
RedeVírus MCTIC, programa responsável pela articulação dos laboratórios de
pesquisa e especialistas na continuidade dos estudos do novo coronavírus. Os
recursos para os testes são parte do montante de R$ 352,8 milhões em crédito
extraordinário disponibilizados para a pasta por meio da Medida
Provisória 962/2020, publicada no início deste mês.
“Essa
rede de especialistas, pesquisadores e cientistas nos dão a direção, de forma
científica, do que seguir, do que o país precisa”, disse o ministro,
acrescentando que "recursos para ciência e tecnologia não são gastos, são
investimentos com retorno garantido tanto em riquezas e conhecimento para o
país, quanto em qualidade de vida para a população”.
Pontes
apresentou como serão gastos os recursos e os projetos que receberão
investimentos. Por meio da Telebras, o ministério vai usar R$ 6,3 milhões para
instalação de mil pontos de conexão à
internet via satélite em unidades de saúde. No Centro Nacional de
Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) serão investidos R$ 45 milhões para a
realização de ensaios clínicos de fármacos, adequação de laboratórios e
estruturação de unidades de biologia sintética, desenvolvimento de kits diagnósticos
e triagem e reposicionamento de fármacos.
Por
meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia, operado pela
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o governo investirá R$ 150 milhões
na chamada pública para o desenvolvimento de produtos nacionais, entre
ventiladores pulmonares, testes e diagnósticos e máscaras e equipamentos de
descontaminação, desinfecção e esterilização.
Há
também R$ 20 milhões em recursos destinados a projetos de pesquisas de
tratamentos, vacinas e sequenciamento do novo coronavírus e R$ 15 milhões para
adequação de laboratórios no âmbito dos projetos apoiados pela RedeVírus MCTIC.
Outros
R$ 111,5 milhões serão investidos, entre outras coisas, em 11 laboratórios de
campanha, novas plataformas tecnológicas para vacinas, ensaio clínico com
anticoagulantes, desenvolvimento de testes, aumento da capacidade de
processamento de amostras e modelagem matemática para o controle
descentralizado da pandemia da covid-19.
Marcos
Pontes disse que o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia,
em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco), acaba de lançar um diretório de fontes de informação
científica de livre acesso sobre o novo coronavírus no mundo. A
plataforma reúne ensaios clínicos, teses, dissertações, relatórios, evidências,
dentre vários outros materiais nacionais e internacionais.
“Estamos
tratando desse caso agora, com a pandemia de covid-19. Vai ser a última vez que
vamos fazer isso? Não. Infelizmente, a questão não é se vamos ter ouro tipo de
vírus, é quando vamos ter. Então, nós precisamos ter o país preparado para
responder rapidamente a essas situações”, defendeu.
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