Público aumentou "uns 200%", diz administradora do cinema em Brasília
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Os carros devem estacionar sempre guardando uma
vaga de distância entre eles Nathaly de Oliveira |
Uma opção de lazer até
pouco tempo considerada “retrô”, o cinema drive-in voltou à moda durante a
pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19. Com as salas de cinema
tradicionais fechadas por tempo indeterminado, em Brasília, famílias inteiras
voltaram-se para um programa seguro e viável: o Cine Drive-in, que, depois de
um período de ostracismo, recebe agora recebe filas de carros na entrada.
Perguntada sobre o
aumento de público, a administradora do Cine Drive-in de Brasília, Marta
Fagundes, não titubeou: “Aumentou uns 200%, com certeza”. Segundo Marta, o
movimento aumentou em todos os dias da semana. Na última segunda-feira, dia 11,
por exemplo, cerca de 170 carros passaram pelo local ao longo de três sessões.
Antes do novo coronavírus fechar estabelecimentos comerciais e pontos de
diversão e relegar famílias às suas casas, em uma segunda-feira normal, o
Drive-in recebia de 40 a 50 carros.
“As distribuidoras
ficaram impressionadas com o número de pessoas que colocamos aqui logo quando o
cinema abriu”, disse Marta. O sucesso é tanto que empresários de outros estados
pedem ajuda para ela. “Tem gente me ligando de São Paulo, do Paraná, de
Goiânia, todo mundo atrás de fazer um drive-in."
A autônoma Nathaly de
Oliveira decidiu levar a filha para o Cine Drive-in por falta de opções e ficou
surpresa com a qualidade do serviço oferecido. “Fui por falta de outros lugares
e pretendo voltar, tanto agora quanto depois da pandemia”. Ela contou que
voltava ao Drive-in depois de cerca de 30 anos. “Só tinha ido quando era
criança.”
Com a indústria
cinematográfica parada, não há novos lançamentos disponíveis. Por isso, o
Drive-in de Brasília tem exibido lançamentos deste ano, como filmes infantis e alguns
que concorreram ao Oscar. Para Marta, isso não chega a ser um problema. “As
pessoas estão vindo porque querem sair de casa, não estão preocupadas com a
programação. A nossa sessão de crianças tem uma procura muito grande, (os pais) param o carro de ré, abrem o porta-malas e as crianças assistem de lá.”
Segurança
contra o vírus
Quando o novo
coronavírus se espalhou pelo Brasil, e os governos locais decretaram o
fechamento do comércio, Marta também fechou as portas. Quarenta dias depois, no
entanto, voltou às atividades, graças a um decreto do governo distrital,
autorizando o funcionamento do cinema. A autorização só veio por iniciativa da
administradora do local, que encaminhou um ofício à Casa Civil do governo do
Distrito Federal, mostrando que os drive-ins nos Estados Unidos estavam abertos
e dando certo.
No entanto, algumas adaptações
tiveram que ser feitas. A capacidade normal do estacionamento, de 400 carros,
foi reduzida pela metade. Os carros devem estacionar sempre guardando uma vaga
de distância entre eles. Um funcionário circula constantemente pelo local
garantir o cumprimento da medida e recomendar que as pessoas fiquem dentro dos
carros.
A venda do ingresso é
feita no estilo drive-thru, com o funcionário em uma cabine, usando
máscara e álcool em gel.
Nathaly ficou
satisfeita com a segurança do local, tanto em relação à possibilidade de
contaminação quanto de outros riscos. “Eu não ia antes por medo, tinha receio
de não ter muita segurança, o local é um pouco escuro. Mas lá dentro eu me
senti bem segura”. Além de querer voltar, ela já sabe de amigos que também
pretendem frequentar o Drive-in.
Para a administradora
do local, o formato de cinema em estacionamentos deve se manter movimentado
mesmo com o fim do isolamento social. “Vai ser um estilo de cinema que vai
pegar, pela segurança. As salas de cinema podem até reabrir, mas estarão com
muitas mudanças até tudo se acalmar. Acho que muita coisa vai mudar, por causa
do distanciamento. As pessoas estarão muito receosas ainda”, afirmou Marta.
EBC
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