A greve dos garis foi
suspensa no final da tarde dessa segunda, menos de 24 horas após seu início. Os
funcionários decidiram voltar ao trabalho depois do presidente da Comlurb,
Tarquínio Almeida, ter prometido aumento salarial. A categoria reivindica
reajuste de 10%, extendido ao ticket-alimentação, mas a companhia havia
proposto inicialmente apenas a reposição da inflação. Por decisão da justiça,
60% do efetivo, no mínimo, deveria estar nas ruas. Segundo o Sindicato de
Asseio do Município do Rio de Janeiro (Siemaco), apenas 10% do
efetivo operacional de limpeza (que totaliza cerca de 8 mil) havia aderido à
paralisação, já de acordo com a Comlurb, esse número foi de 2%.
Nessa
segunda, uma reunião na sede da companhia durou cerca de seis horas. Almeida
não disse qual seria o percentual de aumento, mas afirmou que o percentual
pedido inicialmente pela categoria, de 10% está "fora de cogitação".
Ainda ssim, ele afirmou acreditar que o sindicato não vai bater o pé, e que vai
aceitar um outro número. Na quinta, uma nova assembleia definirá os rumos da
mobilização, de acordo com a contraproposta da companhia.
— Nós daremos alguma coisa a
nível de ganho real, além da reposição, que ainda vamos calcular e decidir.
Como somos uma empresa de 20 mil empregados, qualquer vírgula na folha traz
impacto. Melhoramos bastante a proposta. Os 10% estão fora de cogitação, mas
com certeza eles não vão bater o pé. O sindicato entendeu que não é o momento
para isso, a prefeitura passa por momentos delicados em termos financeiros e
econômicos — explicou o presidente, que destacou que muitos acordos em outros
estados garantem apenas a manutenção dos postos de trabalho, sem aumento de
salário.
Almeida
disse que todos os itens da pauta foram deliberados, e que houve muitos
consensos, como a inclusão dos Agentes de Preparo de Alimentos no Plano de
Cargos e Salários e a garantia de taxa de insalubridade a todos os
funcionários, na forma da lei.
—
Temos a melhor cesta de benefícios do país e a companhia se compromete a fazer
melhorias, muitas das quais amparadas apenas por acordos coletivos e não por
lei. Alertamos para que a classe não se exponha ao risco de perder esses
benefícios.
Agora,
uma nova assembleia da categoria será realizada na quinta, quando os garis
decidirão se aceitam as propostas.
—
A greve foi suspensa porque o presidente da Comlurb nos garantiu que ganharemos
aumento no salário e no ticket-alimentação. Amanhã trabalharemos normalmente —
afirmou o gari Claudio Marcio Braga, membro do Siemaco e da comissão de salário
da negociação, que também disse que cerca de 50 pessoas que prestaram concurso
para serviço de limpeza, no ano passado, serão convocados.
A
categoria decidiu entrar em greve, por 72 horas, a partir dessa segunda, no
último sábado, após dois meses de negociações. A reivindicação é de 10% de
ajuste no salário e no ticket alimentação. Já a companhia havia proposto
inicialmente reposição dentro da inflação, de 3.73%. Outras demandas dos garis
são a implantação do Plano de Cargos e Salários de forma integral — desde 2014,
parte da categoria foi contemplada —, extensão do adicional de coleta para quem
faz serviço de limpeza, inclusão de outras funções - em especial, Agentes de
Preparo de Alimentos (APA) e vigias - no adicional de insalubridade e inclusão
dos pais (e não só mães) no auxílio-creche.
O
presidente Tarquinio Almeida afirmou que já conseguiu, junto ao prefeito, o
abono dos trabalhadores que paralisaram nessa segunda, segundo ele como forma
de mostrar "boa vontade da companhia na negociação".
Outro
ponto levado à reunião foi o loteamento político dos cargos de direção na
companhia. Segundo Braga, esse problema teria se agravado na administração
atual.
—
O prefeito delibera quem bota de diretor ou não, muitos vem de baixo, de
carreira, mas tem um percentual de indicados políticos. Sempre aconteceu, mas
nessa gestão aumentou, eu tenho 28 anos de empresa, e vejo que agora acontece
mais.
ExtraOnline
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