Governo afirma que os felinos ameaçam cerca de 140
espécies de animais nativas. Entidades criticam proposta
O governo
da Austrália anunciou que pretende exterminar cerca de 2 milhões de gatos até
2022. A estratégia usada será com o envenenamento de petiscos, para que os
animais os coma. As informação são da BBC.
Os felinos que serão alvo da
operação não são gatos quaisquer, mas animais que retornaram para a vida
selvagem e agora ameaçam cerca de 140 espécies nativas do país. Eles são
chamados gatos ferais.
“Os gatos ferais são da mesma
espécie dos gatos domésticos, mas vivem e se reproduzem na selva, sobrevivendo
da caça ou de animais mortos. São encontrados em toda a Austrália, em todos os
habitats”, afirma o Departamento de Meio Ambiente e Energia do país. Eles se
alimentam de outros bichos nativos, como coelhos, pássaros e lagartos.
O
governo estima que existam entre dois e seis milhões de gatos ferais no
território australiano. Em 2015, o governo declarou oficialmente que a espécie
é uma praga no país e ameaça a vida nativa no local. “Eles têm sido um dos
principais responsáveis pela extinção de pelo menos 27 mamíferos, desde que
foram introduzidos na Austrália. Hoje, colocam em perigo pelo menos 142
espécies e mais de um terço dos mamíferos, répteis, sapos e pássaros que estão
ameaçados”, afirma o documento Estratégia para Espécies Ameaçadas, publicado no
mesmo ano.
Segundo o Departamento de
Meio Ambiente da Austrália a forma mais efetiva de controlar os gatos selvagens
em grandes áreas é com petiscos envenenados. A toxina fatal é injetada no
alimento e jogados no chão com aviões ou drones.
Proposta é criticada
Diversos abaixo-assinados foram criados contra a medida. Um dos mais populares
conseguiu cerca de 30 mil assinaturas. O texto da petição mostra outra solução
para o problema: fazer armadilhas para capturar os animais, castrá-los e depois
liberá-los. Assim, os animais não se reproduziriam mais.
O caso também ganhou
notoriedade após a atriz francesa e ativista pelo direito dos animais Brigitte
Bardot se pronunciar em 2015. “Esse genocídio animal é desumano e ridículo.
Além de ser cruel, matar esses gatos é absolutamente inútil, já que o resto
deles continuará se reproduzindo”, escreveu Bardot em carta para o então
ministro do Meio Ambiente australiano.
Em resposta, o governo
australiano disse que “não é realista ou factível fazer armadilhas e castrar
milhões de gatos ferais nos mais de sete milhões de quilômetros quadrados” do
território australiano. Além disso, argumentou que não seria humano permitir
que animais nativos continuem sendo mortos pelos gatos, dia após dia.
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