Senador teria participação em
propinas que somam R$ 50,9 milhões em contratos da BR Distribuidora
Em alegações finais, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu
ao Supremo Tribunal Federal que imponha uma pena de 22 anos, 8 meses e 20 dias
ao ex-presidente da República Fernando Collor de Mello (PROS-AL), em ação penal
no âmbito da Operação Lava Jato. A procuradora-geral apontou a suposta
participação do senador – atualmente fora de exercício – em supostas propinas,
que somadas, chegam a R$ 50,9 milhões em contratos da BR Distribuidora, subsidiária
da Petrobras. Ele é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A
procuradora-geral detalha que “entre 2010 e 2014, uma organização criminosa
instalou-se nas Diretorias da Petrobras Distribuidora S/A – BR Distribuidora –
capitaneada pelo Partido Trabalhista Brasileiro [partido de Collor à época], em
particular na figura do senador Fernando Collor, e também pelo Partido dos
Trabalhadores, com destaque para o deputado federal Vander Loubet”.
A procuradora-geral alega que Collor também integrou
suposto esquema envolvendo “pelo menos R$ 1.000.000,00 em propinas em razão de
contrato de gestão de pagamentos e programa de milhagens”. E ainda propinas de
“R$ 20.000.000,00 para viabilizar hipotético e futuro contrato de construção e
leasing de um armazém de produtos químicos em Macaé/RJ”.
A procuradora-geral afirma ainda que reforça a
culpabilidade o fato de que Collor “foi deputado federal, governador de Estado
e mesmo presidente da República, afastado do cargo precisamente por suspeitas
de corrupção”. “Agora, anos depois, enquanto senador da República, há não
apenas suspeitas, mas prova para além de dúvida razoável de que cometeu
crimes”.
Até a publicação desta matéria, Collor ou seus
advogados não tinham se pronunciado sobre a manifestação da procuradora-geral
da República.
EstadãoConteúdo
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