![]() |
A Campanha está prevista para começar dia 23 de abril FT: Agência Brasil |
Um vírus que castigou os Estados
Unidos no início do ano, causando 47 mil casos confirmados de gripe — mais do
que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado — chegou ao Brasil e
já é responsável pela maior parte das mortes pela doença por aqui.
Segundo o último informe
epidemiológico do Ministério da Saúde, já são 13 os estados brasileiros que
registraram 57 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causados pelo
Influenza A H3N2, resultando em dez mortes este ano. No Rio de Janeiro, são 11
casos e um óbito notificados, segundo dados da Secretaria estadual de Saúde
A prevenção contra o vírus que, no Hemisfério Norte,
foi associado a um maior número de hospitalizações e óbitos especialmente em
idosos, crianças e doentes crônicos, está na vacina que, em duas semanas,
começa a ser aplicada nos postos de saúde. A previsão é que a Campanha Nacional
de Vacinação contra a Gripe aconteça entre 23 de abril e 1º de junho, sendo 12
de maio, o dia de mobilização nacional (Dia D).
De acordo com o clínico e
cardiologista José Geraldo Moreira, que tem acompanhado casos de gripe H3N2 em
hospitais privados do Rio, para saber o vírus envolvido no quadro respiratório
é preciso realizar um exame que custa cerca de R$ 3 mil:
— A maioria dos doentes não faz o marcador
de painel viral. Há vários casos (de H3N2) nos hospitais privados do Rio. Nesse
último mês, pude ver várias internações de idosos — disse o médico,
acrescentando que costuma visitar pacientes nos hospitais Copa Star, da Rede
D'Or, Samaritano e São Vicente.
Os sintomas da gripe H3N2 são coriza,
febre, dor no corpo. Mas o quadro pode ser agressivo em idosos, crianças e
pessoas com doenças crônicas.
— É algo agressivo, o paciente não
fica bem e acaba indo para o hospital. Os idosos costumam ficar muito
prostrados e gravemente doentes — diz Moreira.
O infectologista Celso Freitas também
confirma os casos de gripe mais fortes causados pelo H3N2, mas descarta a
necessidade de pânico:
— Não é preciso ficar desesperado, mas
não se deve ignorar. Não é uma gripe suína. E está cedo para dizer se a
epidemia que atingiu os Estados Unidos se repetirá aqui.
Freitas, que é gerente médico de
vacinas do laboratório farmacêutico GSK, explica que os vírus que circulam no
inverno no Hemisfério Norte costumam surgir no Brasil entre junho e julho,
inverno no Hemisfério Sul.
— Todo ano, uma nova vacina é feita
para se adequar ao que se espera que vá acontecer no país. Por isso, a
vacinação é a principal forma de prevenir a gripe. Além disso, é bom evitar
locais fechados e sempre higienizar as mãos.
Casos registrados no Rio
A Superintendência de Vigilância
Epidemiológica e Ambiental da Secretaria estadual de Saúde informou que, até o
último dia 9, foram notificados 123 casos de síndrome respiratória aguda grave
(SRAG) no estado, sendo quatro deles causados pelo vírus H1N1 e 11 pelo vírus
H3N2. Nesse mesmo período, foram registradas 13 mortes por SRAG, sendo uma por
H3N2.
Já a Superintendência de Vigilância em
Saúde da Secretaria municipal de Saúde do Rio afirmou que não houve detecção de
aumento da demanda, de surtos ou casos graves. “A superintendência está atenta
e monitorando as informações sobre a circulação do vírus influenza”, respondeu.
A assessoria de imprensa da Rede D’Or
São Luiz informou que alguns de seus hospitais no Rio diagnosticaram pacientes
com H3N2, que tiveram boa evolução clínica no tratamento. “Os casos registrados
até o momento já foram notificados às autoridades competentes e se equiparam ao
quantitativo dos anos anteriores”, afirmou, por meio de nota.
A assessoria do Hospital Samaritano
informou que não há casos comprovados do vírus H3N2 em suas unidades de
Botafogo e da Barra da Tijuca.
Dois
tipos da vacina
Existem dois tipos de vacinas contra a
gripe: a trivalente e a tetravalente. A vacina trivalente protege contra três
cepas do vírus influenza. Para 2018, a Organização Mundial da Saúde definiu a
composição da vacina com duas cepas de influenza A (H1N1 e H3N2) e uma linhagem
de influenza B (Yamagata). A dose será oferecida gratuitamente pelo Programa Nacional
de Imunizações nos postos de saúde para crianças de 6 meses a 5 anos de idade,
gestantes, mulheres até 45 dias após o parto, profissionais de saúde,
portadores de doenças crônicas não transmissíveis, indígenas, pessoas acima de
60 anos e professores das escolas públicas e privadas.
Já a vacina tetravalente está
disponível na rede privada e possui proteção contra quatro diferentes cepas do
vírus influenza: duas cepas A (H1N1 e H3N2) e duas linhagens B (Yamagata e
Victoria).
Extra
COMPARTILHE
Curta Nossa Página no Facebook