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Cerca de 130 policiais devem passar pelo treinamento por semana Ft: Divulgação |
O
Exército está usando equipamentos a laser de simulação de combate para ensinar
policiais militares do Rio de Janeiro a agir em situações de confronto em favelas.
Cerca de 130 policiais devem passar pelo treinamento por semana.
O treino
funciona como uma espécie de jogo de combate. Instrutores do Exército acoplam
emissores de laser nas armas dos policiais e pedem para que eles usem capacetes
e coletes com sensores que captam as emissões de laser de outras armas.
O
armamento então é municiado com cápsulas especiais sem projétil, que fazem o
mesmo barulho de um tiro mas não disparam (tiros de festim). Soldados vestidos
como traficantes de drogas recebem equipamento equivalente para entrar em
“confronto” com os policiais.
Quando um
policial ou "criminoso" é atingido, seu equipamento pessoal emite um
ruído para sinalizar que ele foi "ferido" ou "morto”.
O
treinamento acontece em um ambiente caracterizado como uma favela, onde
figurantes fazem o papel de moradores pegos no fogo cruzado.
"O
objetivo não é simular um campo de batalha, não é simular o combate ao inimigo.
É simplesmente trazer as capacidades do PM para uma simulação que possa ser a
mais rica possível", disse o coronel Carlos Cinelli, porta-voz do Comando
Conjunto da intervenção federal.
Nesse
sistema de treinamento, instrutores do Exército ensinam policiais
"multiplicadores", que mais tarde atuam como instrutores em seus
próprios batalhões para difundir as técnicas.
"É
[um treinamento] bem aproximado da realidade do policial militar. Já tínhamos
passado por treinamento semelhante na nossa formação, mas não com esse
equipamento", disse a cabo Larissa Rocha, da Polícia Militar, que passou
pelo exército.
"Visão de túnel" e "memória muscular"
O foco,
segundo Cinelli, é treinar os policiais para que não sejam influenciados pelo
que se chama "visão de túnel", ou seja, quando o agente fica tão
focado em uma tarefa (como prender um bandido) e não percebe o que está
acontecendo ao seu redor. O objetivo disso é que o policial perceba os
moradores da região e atue de forma a não colocá-los em risco.
Outro
objetivo do treinamento é trabalhar a "memória muscular" do policial.
Isto é, repetir movimentos e procedimentos tantas vezes que não hesitem na hora
de agir.
Além
disso, os policiais aprendem como socorrer colegas feridos durante tiroteios e
levá-los para locais onde fiquem fora de perigo.
O coronel
Roberto Itamar, porta-voz do Gabinete de Intervenção Federal, afirmou que há
capacidade e estrutura para que todos os mais de 40 mil policiais do estado
passem pela capacitação até o fim do ano. Porém, isso deve depender da
logística para retirá-los temporariamente de seus postos para receber o
treinamento.
O
processo começou com o treinamento de policiais do 14º Batalhão da PM,
responsável pela Vila Kennedy, a favela adotada como projeto piloto para as
ações da intervenção federal no Rio.
O
secretário da Segurança Richard Nunes havia afirmado que haverá uma aproximação
dos órgãos policiais do Rio com o Departamento de Educação e Cultura do
Exército para ampliar o treinamento dos policias militares.
UOL
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