domingo, 10 de julho de 2022

Firjan: indústria do Rio recua em maio, mas setores estruturantes amortecem impacto no acumulado do ano

 



Em maio, descontados os efeitos sazonais, a produção industrial do estado do Rio de Janeiro apresentou queda de 4,1% na comparação com o mês de abril. O resultado, divulgado na sexta-feira, dia 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representa o primeiro recuo após dois meses consecutivos de alta. Apesar disso, de janeiro a maio a produção fluminense acumula alta de 5,2% frente ao mesmo período de 2021 - terceiro melhor resultado entre os 15 estados pesquisados. Para efeito de comparação, nos cinco primeiros meses a indústria nacional registrou queda de 2,6% frente ao mesmo período do ano passado.


A Firjan considera que, embora os últimos resultados tenham demonstrado maior fôlego da produção industrial fluminense frente ao cenário nacional, os dados evidenciam o impacto negativo da conjuntura atual. No âmbito interno, a inflação alta, que corrói o poder de compra dos consumidores, e a taxa de juros elevada, que encarece o crédito, são elementos que limitam uma recuperação mais consistente. Somado a isso, no contexto internacional, os efeitos da Covid-19 e da guerra na Ucrânia intensificam os gargalos associados à falta de insumos.


Na indústria de transformação, por exemplo, os cinco primeiros meses do ano foram marcados pela influência negativa dos segmentos de Produtos de Borracha e Material Plástico (-6,9% ante 2021), influenciado, entre outros fatores, pela redução na produção de peças e acessórios de plástico para a indústria automobilística; e de Metalurgia (-12,1% ante 2021). Com relação à metalurgia, cabe destacar que o segmento é estratégico para o desenvolvimento da indústria, pois participa de uma série de cadeias de produção relacionadas à construção civil, bens de capital, ao setor automotivo, entre outros. O desempenho negativo do segmento já repercute sobre o mercado de trabalho. No ano, a indústria metalúrgica foi responsável pelo fechamento líquido de 332 vagas formais de emprego no estado do Rio de Janeiro.


A Firjan ressalta que, diante de uma deterioração da conjuntura, a manutenção do distanciamento da trajetória de crescimento da indústria fluminense frente à produção nacional tem sido sustentada pelos resultados observados na indústria de construção civil e extrativa. De fato, o momento favorável vivido pela cadeia de construção civil é corroborado pelo desempenho observado no mercado de trabalho formal. Segundo dados oficiais, com 17,9 mil postos de trabalho gerados nos cinco primeiros meses de 2022, a construção civil fluminense obteve o segundo melhor resultado entre os estados brasileiros.


Na indústria extrativa, segmento com maior peso na indústria fluminense, houve avanço de 3,9% no ano, frente ao mesmo período de 2021. O desempenho da indústria extrativa no estado é resultado do aumento da produção (+7,6%) e da exportação de óleo e gás (+28,1%) nos primeiros cinco meses do ano, frente ao mesmo período de 2021. A atividade do setor tem sido potencializada pelo aumento de preços de commodities, em especial o petróleo.


Nesse contexto, apesar do crescimento da indústria extrativa e dos avanços da indústria de construção civil do estado serem importantes para atenuar as adversidades do contexto político e econômico em 2022, a Firjan ressalta que não se deve esmorecer esforços para a retomada das discussões quanto às reformas estruturais que poderão ser adotadas com o intuito de garantir a confiança do investidor e a retomada sustentável da atividade, do emprego e da renda.

 

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