Em maio,
descontados os efeitos sazonais, a produção industrial do estado do Rio de
Janeiro apresentou queda de 4,1% na comparação com o mês de abril. O resultado,
divulgado na sexta-feira, dia 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), representa o primeiro recuo após dois meses consecutivos de
alta. Apesar disso, de janeiro a maio a produção fluminense acumula alta de
5,2% frente ao mesmo período de 2021 - terceiro melhor resultado entre os 15
estados pesquisados. Para efeito de comparação, nos cinco primeiros meses a
indústria nacional registrou queda de 2,6% frente ao mesmo período do ano
passado.
A Firjan considera que, embora os últimos resultados tenham demonstrado maior
fôlego da produção industrial fluminense frente ao cenário nacional, os dados
evidenciam o impacto negativo da conjuntura atual. No âmbito interno, a
inflação alta, que corrói o poder de compra dos consumidores, e a taxa de juros
elevada, que encarece o crédito, são elementos que limitam uma recuperação mais
consistente. Somado a isso, no contexto internacional, os efeitos da Covid-19 e
da guerra na Ucrânia intensificam os gargalos associados à falta de insumos.
Na indústria de transformação, por exemplo, os cinco primeiros meses do ano
foram marcados pela influência negativa dos segmentos de Produtos de Borracha e
Material Plástico (-6,9% ante 2021), influenciado, entre outros fatores, pela
redução na produção de peças e acessórios de plástico para a indústria
automobilística; e de Metalurgia (-12,1% ante 2021). Com relação à metalurgia,
cabe destacar que o segmento é estratégico para o desenvolvimento da indústria,
pois participa de uma série de cadeias de produção relacionadas à construção
civil, bens de capital, ao setor automotivo, entre outros. O desempenho
negativo do segmento já repercute sobre o mercado de trabalho. No ano, a
indústria metalúrgica foi responsável pelo fechamento líquido de 332 vagas
formais de emprego no estado do Rio de Janeiro.
A Firjan ressalta que, diante de uma deterioração da conjuntura, a manutenção
do distanciamento da trajetória de crescimento da indústria fluminense frente à
produção nacional tem sido sustentada pelos resultados observados na indústria
de construção civil e extrativa. De fato, o momento favorável vivido pela
cadeia de construção civil é corroborado pelo desempenho observado no mercado
de trabalho formal. Segundo dados oficiais, com 17,9 mil postos de trabalho
gerados nos cinco primeiros meses de 2022, a construção civil fluminense obteve
o segundo melhor resultado entre os estados brasileiros.
Na indústria extrativa, segmento com maior peso na indústria fluminense, houve
avanço de 3,9% no ano, frente ao mesmo período de 2021. O desempenho da
indústria extrativa no estado é resultado do aumento da produção (+7,6%) e da
exportação de óleo e gás (+28,1%) nos primeiros cinco meses do ano, frente ao
mesmo período de 2021. A atividade do setor tem sido potencializada pelo
aumento de preços de commodities, em especial o petróleo.
Nesse contexto, apesar do crescimento da indústria extrativa e dos avanços da
indústria de construção civil do estado serem importantes para atenuar as
adversidades do contexto político e econômico em 2022, a Firjan ressalta que
não se deve esmorecer esforços para a retomada das discussões quanto às
reformas estruturais que poderão ser adotadas com o intuito de garantir a
confiança do investidor e a retomada sustentável da atividade, do emprego e da
renda.
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