Ex-governador veio de Curitiba
em avião da Polícia Federal
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Cabral é transferido de volta para prisão no Rio
de Janeiro
Foto: Geraldo Bubniak |
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio
Cabral (PMDB) chegou ao Rio na tarde deste sábado e voltou ao Complexo de
Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Depois de passar rapidamente pelo
Instituto Médico Legal (IML), na região da Leopoldina, Centro do Rio, Cabral
foi conduzido por agentes da Polícia Federal ao Presídio Pedro Werling de
Oliveira, conhecido como Bangu 8.
Ele deixou a
carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, às 10h, e seguiu para o Aeroporto
Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Lá, ele embarcou para o Rio de Janeiro em
um avião da Polícia Federal, por volta do meio-dia. Na sexta-feira, o
desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2),
concedeu liminar para o ex-governador voltar a ficar preso em Bangu.
A transferência do peemedebista para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba havia sido determinada na sexta-feira passada pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, por conta de denúncias de que o ex-governador tinha recebido visitas irregularmente. Hoje faz um mês que Cabral está preso.
Na decisão sobre a volta de Cabral para o Rio, o desembargador Abel Gomes diz que não deve haver prejuízos às apurações das infrações eventualmente ocorridas durante as visitas a Cabral e bem como o prosseguimento no controle da manutenção da disciplina interna no presídio do Rio.
O pedido para que
o ex-governador voltasse ao Rio foi protocolado pela defesa no último sábado,
dia em que o peemedebista foi transferido para Curitiba. Os advogados alegaram
que Cabral sofre constrangimento ilegal e que a ida para a capital paranaense
serviu como uma sanção imposta por "supostas regalias, que jamais
ocorreram".
Enquanto estava em
Bangu, Cabral recebeu a visita da mulher, Adriana Ancelmo, que foi presa na
semana passada, dos filhos e de parlamentares. A Secretaria estadual de
Administração Penitenciária (Seap) negou que o peemedebista tenha recebido
algum tratamento diferenciado. A Seap alegou que "deputados possuem
prerrogativas parlamentares para entrar e, inclusive, fiscalizar unidades
prisionais a qualquer momento, sem necessariamente ser o dia de visita".
Conforme
reportagem publicada hoje no GLOBO, durante o período em que esteve à frente do
Executivo fluminense, Sérgio Cabral pagou R$ 23,2 mil em diárias do Hotel Portobello,
em Mangaratiba, para que o conselheiro e presidente eleito para o biênio
2017/2018 do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Aloysio Neves, se hospedasse
em épocas de fim de ano. Os pagamentos ocorreram em 2010, 2012 e 2013, de
acordo com notas anexadas a um dos processos decorrentes da Operação Calicute.
Ontem, o
ex-governador, a mulher Adriana Ancelmo e mais cinco investigados na Operação
Calicute se tornaram réus e vão responder por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, o
grupo teve envolvimento no pagamento de vantagens indevidas a partir do
contrato da Petrobras com o Consórcio Terraplanagem Comperj, formado pelas
empresas Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão.
Também foram
denunciados além de Cabral e Adriana, Wilson Carlos (ex-secretário de Governo e
considerado seu braço-direito), Carlos Emanuel Miranda (sócio do ex-governador
Sérgio Cabral, apontado como operador exclusivo do ex-governador); Rogério Nora
(ligado a Andrade Gutierrez); Clóvis Primo ( ligado a Andrade Gutierrez) e
Monica Carvalho (mulher de Wilson Carlos e ex-assessora de Cabral no Senado).
O Globo
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