Guedes trabalha num programa sobre mudanças na Previdência
Foto: Antonio Scorza
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O governo federal bateu o martelo e
decidiu pagar mais duas parcelas de R$ 300 do auxílio
emergencial. A informação foi confirmada por fontes da equipe
econômica. A extensão do programa custará, ao todo, R$ 51 bilhões.
Na
segunda-feira foi anunciado que a terceira parcela, a última no valor R$ 600,
começará a ser paga no próximo dia 17, para os beneficiários do Bolsa Família,
de acordo com o final do NIS (Número de Identificação Social). Essas pessoas
poderão sacar os recursos em espécie nas agências da Caixa Econômica, na rede
de lotéricos e nos correspondentes bancários.
Já os trabalhadores
informais terão primeiro o valor creditado em conta poupança digital, de forma
escalonada a partir do mês de nascimento. Para retirar o dinheiro, eles terão
que esperar dez dias a partir da data do depósito.
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A expectativa era de que o cronograma
completo da terceira parcela do auxílio emergencial saísse ontem, mas os
detalhes serão fechados, provavelmente, até amanhã.
Na
prática, serão três calendários: um destinado ao pagamento para os
beneficiários do Bolsa Família; outro com as datas do crédito em conta digital
para os informais; e o último com a autorização do saque dos recursos em
espécie ou transferência para outras contas na Caixa ou em outros bancos, de
acordo com o mês de aniversário. O cronograma deve se estender até julho.
O
crédito na conta digital permite às pessoas pagar algumas contas (água, luz e
telefone) e fazer compras pelo aplicativo do celular, via cartão de débito
virtual ou QR Code.
O
auxílio emergencial foi aprovado pelo Congresso em abril como forma de reduzir
os efeitos da crise do coronavírus. Na versão original, a ajuda federal seria
de três parcelas de R$ 600, mas essa cobertura precisou ser estendida.
Inicialmente, a equipe econômica sugeriu pagar três parcelas de R$ 200.
Parlamentares elevaram a proposta para R$ 500 e, no fim, Jair Bolsonaro acabou
propondo a versão final de R$ 600.
Na
semana passada, ainda estava incerto se a prorrogação seria com duas parcelas
de R$ 300 ou com três de R$ 200.
Programa para gerar novos empregos
Ao
mesmo tempo em que trata da extensão do auxílio emergencial, o time do ministro
da Economia, Paulo Guedes, trabalha num programa para gerar empregos após a
crise. O plano envolve uma volta ao debate sobre mudanças na Previdência, com
uma nova tentativa de emplacar no país o modelo de capitalização.
Nesse
sistema, cada trabalhador é responsável por poupar para sua própria aposentadoria
no futuro. Hoje, empregado e empregador contribuem para um fundo que banca os
benefícios de quem já parou de trabalhar, no modelo conhecido como repartição.
Essa contribuição é feita por meio de um imposto que incide sobre salários.
O
plano de Guedes é que jovens, que nunca trabalharam com carteira assinada,
ingressem no mercado de trabalho já neste novo regime. Assim, seus empregadores
não precisariam contribuir para a Previdência. Isso, na visão do ministro,
baratearia o custo do trabalho e incentivaria o emprego formal.
A
reforma previdenciária encaminhada pelo governo no início do ano passado previa
essa migração para a capitalização, mas esse ponto do projeto acabou sendo
rejeitado pelo Congresso. Agora, a expectativa é retomar o plano original. O
governo espera que, diante dos milhões de informais que foram descobertos no
programa do auxílio emergencial, o clima político para aprovar projetos que
busquem incentivar a formalização seja mais favorável.
Extra
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