Câncer de pulmão é o que mais mata, segundo a Organização Mundial da Saúde — número de vítimas neste ano deverá ser de quase 32 mil brasileiros
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Câncer de próstata é um dos mais prevalentes e o segundo
que mais mata no país
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O câncer de mama, com cerca de 85.600
casos, e o de próstata, com quase 85 mil, e o de colorretal, com quase 52 mil
casos, são os que mais atingem hoje os brasileiros, de acordo com relatório
divulgado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) na última quarta-feira (12).
O
câncer de pulmão é o que mais mata no Brasil e no mundo, segundo relatório
sobre a previsão de incidência de câncer de hoje até 2040, da OMS. Este tipo de
doença matará, neste ano, quase 32 mil brasileiros.
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O relatório mostra que, neste
ano, 18,1 milhões novos casos de câncer surgirão no mundo, e 9,6 milhões de
mortes, sendo quase 560
mil novos casos no Brasil e causando mais de 243 mil mortes no país.A previsão,
segundo a OMS, é que, em 2040, mais de 476 mil brasileiros morram por conta da
doença.
Em
análise mundial, o câncer de pulmão continua sendo o mais incidente, afetando
57,6% da população, seguido pelo colorretal (38,9%) e o de próstata (35,4%).
Embora
seja o câncer que mais mata no Brasil, sua taxa de incidência fica em quarto
lugar, com cerca de 35.400 casos. Mais agressivo, o câncer de pâncreas aparece
em sexto lugar entre os que mais matam no Brasil, com quase 12 mil mortes.
Segundo o oncologista Tulio Pfiffer, do
Hospital Sírio-Libanês, os cânceres de mama, colorretal e de próstata são
rastreáveis e preveníneis, sendo necessária a realização anual dos exames
mamário e de próstata a partir dos 50 anos e o exame de colonoscopia em pessoas
saudáveis a partir dos 45 anos. Isso permite que tenha diagnóstico precoce,
diminuindo as chances de mortalidade.
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"O
câncer de próstata, apesar de rastreável, é controverso, porque o rastreamento
não é tão claro como o de câncer de intestino, por exemplo. Isso acontece
porque muitos tumores que são identificados precocemente não são grande
problema", afirma o oncologista. Pfiffer também associa a alta taxa
de mortalidade por câncer de pulmão ao número de fumantes.
Pfiffer alega que os números, embora
altos, estão dentro da média estimada para o país. "A quantidade de casos
aumentou porque a população cresceu e hoje vive mais. Com esse aumento
populacional, o câncer será, em breve, a primeira causa de mortes em todo o
mundo", afirma.
Quando analisada a incidência por idade,
foi percebida que havia grande prevalência de câncer de mama em mulheres
jovens. Segundo Pfiffer, é mais comum mulheres jovens, por volta dos 20 anos,
terem câncer de mama do que homens mais novos terem câncer de próstata. O câncer
de mama em mulheres mais novas, de acordo com o médico, ocorre de maneira mais
agressiva do que em mulheres mais velhas. Ao analisar a incidência de câncer de
mama a partir dos 50 anos, a taxa total cai quase pela metade.
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No caso do câncer de próstata, ele se
torna mais prevalente e agressivo conforme a idade.
O
relatório mostra também que, entre jovens brasileiros de zero a 29 anos, os
mais incidentes são a leucemia e o câncer de tireóide. Pfiffer diz que, no caso
da leucemia, quando comparada à taxa de cura entre crianças e adultos, as
crianças apresentam 80% de sucesso. Isso ocorre, diz, porque as crianças
aguentam doses mais altas de quimioterapia do que as pessoas mais velhas. No
caso de câncer de tireóide, o oncologista afirma que os nódulos na glândula são
comuns, mas cerca de 80% deles são benignos. Mesmo no caso de nódulos malignos,
a taxa de sucesso é alta, conforme diz o médico.
O terceiro tipo de câncer mais comum
entre as pessoas mais jovens é o de testículos. Pfiffer diz que eles não estão
ligados a câncer de próstata no futuro e que a maioria dos casos ocorre porque
os testículos não desceram totalmente no corpo do bebê. Nesses casos, esse
câncer pode ser prevenido por meio de uma cirurgia no bebê recém-nascido para
corrigir o problema.
O
oncologista ainda fala que de 5% a 10% dos cânceres ocorrem por um fator
hereditário — os outros 90% aparecem de maneira esporádica, seja por mutações
genéticas ou por fatores externos e hábitos. Quando há o fator hereditário, a
recomendação é a de que os exames de prevenção devam iniciar de maneira mais
precoce.
Em análise do mapa, como um todo, a
incidência de câncer está aumentando nos países em desenvolvimento, como o
Brasil. Isso ocorre, além do aumento populacional e da longevidade, porque as
outras causas de mortalidade terem melhorado por meio dos avanços na
saúde. O Brasil segue, ainda, a tendência mundial, tendo grandes taxas de
câncer de próstata e colorretal, que seriam consideradas "doenças de
países desenvolvidos".
Porém, Pfiffer
afirma que ainda há uma grande taxa de mulheres com câncer de colo uterino nas
regiões Norte e Nordeste do país, uma doença de países subdesenvolvidos. Este
tipo de câncer pode ser facilmente prevenido com a vacina de HPV e rastreado
pelo exame de papanicolau.
"Para a taxa de câncer diminuir até
2040, a primeira coisa que deveria ser feita é a prevenção, não fumando, não
abusando de bebidas alcoólicas, alimentação saudável, comer carne vermelha com
moderação, atividades físicas regulares e evitar a obesidade. O diagnóstico
precoce também é essencial", afirma o médico.
R7
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