quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Cresce o número de famílias endividadas

Mais um indicador confirma a desaceleração de uma atividade econômica que já demonstrava fraca recuperação

Números recentes indicam que não está havendo mudança significativa do ritmo
da atividade econômica no segundo semestre


As famílias estão em situação financeira melhor do que a do ano passado, mas não têm motivos fortes para estarem mais dispostas a consumir. O que a pesquisa Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), relativa a agosto mostra é que essa situação, embora mais confortável do que a de um ano antes, vem piorando há dois meses consecutivos.
É mais um indicador que confirma a desaceleração de uma atividade econômica que já demonstrava fraca recuperação. Dados como produção industrial, emprego e salário já antecipavam o fraco desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2018, quando a economia registrou aumento de 0,2% em relação ao trimestre anterior e de 1,0% na comparação com igual período de 2018. Números recentes indicam que não está havendo mudança significativa do ritmo da atividade econômica no segundo semestre. De acordo com a pesquisa da CNC, 60,7% das famílias consultadas tinham dívidas com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro ou seguro. É um porcentual menor do que o registrado em agosto do ano passado (61,2% do total das famílias), mas maior do que o de julho (59,6%), que já tinha sido maior do que o de junho.A economista da CNC Marianne Hanson destaca o fato de que o nível de endividamento caiu em relação a 2017, mas ressalva que os dados refletem menor recuperação do consumo das famílias e maior cautela na contração de novos empréstimos.

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O porcentual de famílias com dívidas ou contas em atraso (23,8%) apresentou variação semelhante à do total de endividados: menor do que o de agosto de 2017 (25,9%), mas maior do que o de julho (23,7%). Da mesma forma, o porcentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso em agosto (9,8%) é menor do que o de um ano antes (10,6%), mas maior do que o do mês anterior (9,4%).O cartão de crédito, cujo custo é o mais alto entre todas as modalidades de financiamento, é a principal forma de dívida de 76,8% das famílias endividadas. Entre essas famílias, a parcela da renda comprometida com dívidas diminuiu entre agosto de 2017 e de 2018 (de 29,8% para 29,6%), mas continua num nível alto. 

Estadão Conteúdo

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