Operadoras de planos de saúde podem ter
pago, indevidamente, no ano passado, R$ 27,8 bilhões com despesas hospitalares
e pedidos de exame cobrados por meio de fraudes e procedimentos desnecessários.
O levantamento foi publicado no estudo “Impacto das fraudes e desperdícios
sobre gastos da Saúde Suplementar”, realizado pelo Instituto de Estudos de
Saúde Suplementar (IESS).
![]() |
Publicidade |
O
estudo mostra que, no ano passado, as fraudes e desperdícios representam 19%
das despesas assistenciais dos planos de saúde com médicos e hospitais, que
ficaram em R$ 145,4 bilhões. As estimativas do estudo mostram que, dessa
porcentagem, entre 12% e 18% dos gastos indevidos caracterizam fraude no
registro indevido de itens, e de 25% a 40% em pedidos de exames laboratoriais
que não são necessários.
Base menor de beneficiários
O
superintendente executivo do IESS, Luiz Carneiro, alerta ainda para o aumento
no orçamento das despesas dos planos com os hospitais, uma vez que o
levantamento aponta que o número de indivíduos beneficiados pela assistência
privada diminuiu. “As despesas evoluíram de R$ 108 bilhões, em 2014, para R$
145 bilhões em 2017. Diminui-se 5,8% do total de beneficiários, mas as despesas
assistenciais apresentam um aumento de 34,4% no período”, afirma.
Carneiro
afirma ainda que a pouca transparência entre os agentes do setor da saúde e a
falta de indicadores de qualidade propiciam as práticas abusivas de fraudes e
desvios no setor. Para ele, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
deveria regular não só operadoras de planos de saúde, mas todos os agentes
envolvidos na cadeia de valor que prestam serviço para o setor, como a
indústria farmacêutica e de equipamentos médicos.
“Países
da Europa e os Estados Unidos têm regulações mais severas, por exemplo, dos
pagamentos e benefícios entre agentes do setor de saúde e indústria de
medicamentos e dispositivos médicos, por exemplo, sendo obrigatória a
divulgação desses ganhos”, complementa.
EBC
COMPARTILHE
Curta Nossa Página no Facebook