terça-feira, 23 de março de 2021

Irmãos de 12 e 6 anos criam "contratos" para resolver as questões dentro de casa

 

                                                     Foto: Reprodução/Facebook


Uma família de Barra Velha (SC) viveu uma situação para lá de engraçada na noite do último dia 17. Pouco antes da hora de dormir, a manicure Waiane Suzhle, 28, percebeu um pequeno desentendimento entre os filhos Yuri, 12, e Nikolas, 6. Quando se aproximou para ver o que estava acontecendo, notou uma discussão incomum para meninos com tão pouca idade: eles estavam negociando uma “rescisão” de contrato de trabalho.

Na casa da família, todos ajudam com as tarefas domésticas: Nikolas é responsável por recolher os brinquedos do chão, enquanto Yuri tem a missão de arrumar a cama, organizar a pia e pegar as roupas do varal. Em um post numa rede social, Waiane contou que o primogênito tentou dar um jeito de escapar das suas obrigações. Ele sugeriu que o caçula assumisse todas as tarefas e, em troca, recebesse R$5 como pagamento. Para não dar brecha para qualquer questionamento, eles pegaram um papel e elaboraram um “contrato”.

Apesar de já saber escrever o próprio nome, Nikolas ainda está em processo de alfabetização e tem dificuldade em interpretar alguns tipos de texto. Mas o irmão mais velho garantiu que isso não fosse um problema. Antes de pedir para o caçula assinar, ele leu em voz alta todos os termos do acordo. Os dois concordaram e seguiram com o combinado.

                                 Yuri e Nikolas são irmãos e fizeram um acordo para dividir as tarefas domésticas 
                                                     Foto: Arquivo Pessoal

No fim do dia, quando o mais novo deveria “prestar contas” pelo que fez, Yuri percebeu que o irmão não havia enchido as garrafas de água. A explicação era simples: o caçula ainda é pequeno demais para alcançar o filtro. Yuri não quis ouvir as desculpas, alegou “quebra de contrato” e pediu o dinheiro de volta. Foi aí que teve a ideia de fazer um novo documento, agora para formalizar a “demissão” do irmão.

Ao ver a cena, Waiane interveio e Yuri se sentiu injustiçado. “O maior reclamou que eu não podia discutir, porque ele estava fazendo o certo. Ele falou: ‘Eu fiz um contrato e agi pela lei, mãe. Você está criando um piá que não vai entender o que é o que certo e o que é errado. Quando ele crescer e trabalhar, não vai fazer as coisas e ainda vai querer receber’’, lembra.

Essa não é a primeira vez que os meninos fazem um acordo desse tipo. Waiane conta que, em outra ocasião, eles assinaram um contrato ainda mais complexo: de transferência de bens. Enquanto brincavam de “lutinha”, o mais velho se machucou e se sentiu no direito de exigir uma reparação. Ele disse que só perdoaria a situação se o irmão “passasse certos brinquedos para o nome dele”. No fim das contas, Nikolas assinou o contrato e o mais velho ficou com alguns carrinhos, o skate e uma arminha como forma de perdão.

A situação serviu como uma oportunidade de Waiane explicar aos filhos como funcionam combinados e relações de trabalho. “Orientei o Yuri que isso é abusivo e que não é assim que se faz. Também ensinei ao Nikolas a valorizar o seu trabalho, porque ele também tem direitos. Elogiei porque, de certa forma, eles estavam trabalhando dentro da lei. A lei deles, mas não deixa de ser uma lei”, brinca.

Revista Crescer



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