sábado, 23 de abril de 2016

Prefeitura do Rio vai criar sistema de interdição da pista em caso de ressaca


O secretário municipal de Coordenação de Governo, Pedro Paulo Carvalho, anunciou nesta sexta-feira (22) novas regras para o funcionamento de ciclovias e avenidas em caso de ressaca ou mar agitado. Nesta quinta-feira (21), um trecho da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, Zona Sul, caiu deixando ao menos dois mortos.

“O que nós contratamos também da Coppe são medidas que a partir deste episódio podem evitar novas tragédias no Rio de Janeiro, por exemplo, você ter uma avaliação mais precisa dos impactos das ondas na cidade, para que se possa dimensionar ou que se possa dimensionar a estrutura existente ali viária, cicloviária, que se possa também se estabelecer novos protocolos de emergência, de aviso, de interrupção de acesso nestes momentos de fenômenos acontecendo na costa”, disse.


Perícia encomendada
O resultado da perícia independente encomendada pela Prefeitura do Rio sobre o desabamento deve ser entregue em 30 dias. Nesta sexta-feira, o secretário Pedro Paulo Carvalho se reuniu com técnicos da Coppe-UFRJ e do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH).
"Nada impede que laudos preliminares possam apontar as causas desta tragédia", garantiu. Ainda segundo ele, o documento vai identificar "quais foram as falhas que possam ter sido cometidos pela empresa [que fez a obra] e pela própria Prefeitura na sua fiscalização que ocasionou a tragédia", afirmou Pedro Paulo.
O secretário ressaltou também que a parceria com a Coppe-UFRJ e o INPH servirá também para elaborar estudos em obras como a Ciclovia do Joá. Pedro Paulo garante que o projeto é seguro, mas "por precaução e redundância", serão analisados possíveis impactos da ressaca.
Do estudo devem ser extraídos protocolos de emergência para novas ressacas na cidade, que podem causar a interrupção de acesso a pedestres e ciclistas em locais próximos ao mar.
Pedro Paulo disse ainda que, pela primeira vez na História, a Avenida Niemeyer foi fechada por conta das fortes ondas - já depois da queda de parte da ciclovia. 
'Fenômeno novo'
O secretário disse ainda que a ressaca não é um "fenômeno novo", mas que a "incidência da onda foi um evento novo". "Não quero justificar que aquilo que aconteceu não tenha [responsabilidade] por parte da empresa contratada e da prefeitura. Há necessidade de se projetar e se pensar nisso, mas só o laudo vai responder", disse.
Embora a "contratação e a decisão política" da obra, nas palavras do secretário, sejam de responsabilidade da Prefeitura, ainda não é possível responsabilizá-la pela tragédia.
"Existem também responsabilidades técnicas. Se não existisse, não seria necessário o engenheiro fazer [o documento de] Anotação de Responsabilidade Técnica. Tem uma divisão de responsabilidades. E repito: se houver responsabilidade da prefeitura ou dos fiscais ou da Geo-Rio nós também puniremos servidores ou fiscais que tiveram falha na execução e projeção. Não vamos isentar responsabilidades", concluiu.
Consórcio Contemat/Concrejato
Em nota, o Consórcio Contemat/Concrejato informou que a assistência aos familiares das vítimas e a apuração das causas do acidente são prioridades.
"Assistentes sociais da empresa estão em contato com familiares das vítimas, prestando o suporte necessário. Desde as primeiras horas do dia, profissionais da empresa — entre eles, especialistas em engenharia costeira e estrutura — estão na ciclovia em busca de evidências que possam ajudar a elucidar o caso".
O texto dizia ainda que desde quinta-feira o consórcio colabora integralmente com as autoridades públicas e os órgãos da prefeitura com o objetivo de esclarecer as causas do acidente o mais brevemente possível.

G1

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