Tarcísio de Freitas conversou com
embarcadores sobre tabela de frete
Representantes dos
embarcadores, como são conhecidas as empresas que contratam os fretes de
transporte de carga rodoviário, se reuniram hoje (23) com o Ministro da
Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para debater o impasse envolvendo a tabela
de cobranças de frete mínimo. Esta é a primeira rodada de debates.
Amanhã, o ministro se reunirá com representantes dos caminhoneiros para avançar
nas discussões. O objetivo do governo é evitar uma nova paralisação dos
caminhoneiros.
Após a reunião,
os representantes disseram ter estranhado a suspensão da resolução com o
piso mínimo de frete, realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT), após pedido do ministério, mas que aguardavam as negociações
com os caminhoneiros.
"A reunião foi justamente porque o setor produtivo
demonstrou grande estranheza da revogação em tese, mas foi nos esclarecido que não
houve revogação. Houve apenas suspensão para permitir se encaminhar alguns
consensos para encaminhamentos de uma forma mais tranquila no futuro",
disse a diretora de Relações Institucionais da Confederação Nacional das
Indústrias (CNI), Mônica Messenberg.
No final de semana, os caminhoneiros demonstraram
descontentamento com a metodologia aplicada na resolução da ANTT, elaborada em
parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da
USP, sobre o piso mínimo de frete.
Os caminhoneiros
questionam alguns pontos da resolução que consideram como "diferenças
conceituais entre o valor do frete e o piso mínimo" . Entre eles, está a
própria definição do valor de frete. Em razão disso, o ministério sugeriu
à ANTT a alteração em um artigo da norma para melhorar a compreensão das
diferenças conceituais entre o valor do frete e o piso mínimo.
Outro ponto é o fato de a resolução excluir do cálculo do piso mínimo, os
valores de pedágio que podem ser pagos pelos caminhoneiros. Isso poderia abrir
brecha para se praticar os fretes sem considerar os valores de pedágio apesar
de estar previsto na lei que criou o piso mínimo de frete.
A diretora da relações institucionais da CNI se disse confiante
na possibilidade de se chegar a um entendimento satisfatório entre os dois
setores. Mônica disse que os embarcadores defendem a aplicação da resolução
suspensa, segundo ela, construída de forma mais "técnica". Mas que
estão dispostos a chegar a um consenso em alguns pontos.
"Certamente, no curto prazo, vamos tentar resolver isso e
retornar a tabela da Esalq que efetivamente é reconhecida como a tecnicamente
mais adequada e que reflete os custos mínimos do setor", afirmou.
"[Esta tabela], Nós tecnicamente acreditamos ser a mais razoável para começar
a construção de um preço de frete", acrescentou Mônica.
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