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Witzel recua e cria secretaria temporária de Segurança
Pública
Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
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Depois da chuva de críticas que recebeu sobre a extinção
da Secretaria de Segurança Pública, o governador eleito Wilson Witzel recuou,
ao menos por enquanto, de sua decisão. Em nota divulgada na segunda-feira, o
governador eleito anunciou a criação de uma "pasta temporária", que
ficará responsável pela transição da pasta junto ao gabinete de Intervenção
Federal. A Secretaria, portanto, existirá até junho.
Um dos argumentos usados por Witzel para extinguir a
pasta era seu uso como trampolim político dos secretários. No entanto, o
governador escolheu um candidato a deputado federal, que disputou as eleições
pelo PSC e ficou como segundo suplente, para comandá-la. O engenheiro civil
Roberto Mota, que desde 2007 atua na área de segurança pública como consultor,
será nomeado secretário. Se após a transição a Secretaria for extinta, o chefe
de Polícia Civil e o comandante-geral da Polícia Militar terão status de
secretário e deverão se reportar diretamente ao governador.
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A escolha de seu nome é uma resposta de Witzel às
críticas que recebeu do atual secretário de Segurança, general Richard Nunes,
pelo plano de extinguir a pasta.
— Não é inteligente bater de frente com a intervenção
federal. Esse foi um aceno que o Witzel fez para mostrar que não é
intransigente, que sabe ouvir — disse um aliado do governador eleito,
acrescentando, no entanto, que a promessa de extinguir a Secretaria de
Segurança está mantida.
Roberto Motta é mestre em gestão, e de acordo com a
assessoria de Witzel, atua como consultor na área de segurança pública desde
2007. Ele foi candidato a deputado federal, obteve 17 mil votos, mas não
conseguiu se eleger. Em sua página na internet, Motta se diz defensor da
redução da maioridade penal para 16 anos. Também apoia um aumento da pena
mínima para homicídios de seis para 15 anos, uma ampliação do tempo máximo de
cumprimento de pena de 30 para 50 e o fim do regime semiaberto.
Com ideais de direita, Motta relata em sua página o dia
em que “encarou Marcelo Freixo (PSOL)” e afirma que a “sentença do criminoso
não pode ser mais leve que a sentença da vítima”. Este mês, ele viajou com
Witzel para Israel, onde conheceu tecnologias utilizadas no combate à
criminalidade.
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Em nota, o ex-juiz informou que "o objetivo é tornar
a transição ainda mais integrada e transparente. A estrutura temporária vai
durar até junho, quando a intervenção, por meio de um gabinete instalado no
Comando Militar do Leste, concluirá a consolidação das aquisições com recursos
federais que estão sendo empenhados até 31 de dezembro de 2018".
Interventor também fez críticas
Em entrevista ao GLOBO no último domingo, o interventor
federal, general Walter Braga Netto, criticou o fim da secretaria de segurança
e afirmou que o governador eleito terá que definir um interlocutor para a
transição da intervenção: “As Forças Armadas não tratam de transição com
comandante de polícia’’.
O atual chefe da pasta, general Richard Nunes, também lançou
críticas à proposta. Na semana passada, durante o fórum de debates do
Observatório Militar da Praia Vermelha, ele estar preocupado com a extinção da Secretaria,
algo que deve causar um grande impacto na integração entre as polícias Civil e
Militar.
Extra
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