terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Witzel recua e anuncia secretaria temporária de Segurança Pública



Witzel recua e cria secretaria temporária de Segurança Pública
Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo 


Depois da chuva de críticas que recebeu sobre a extinção da Secretaria de Segurança Pública, o governador eleito Wilson Witzel recuou, ao menos por enquanto, de sua decisão. Em nota divulgada na segunda-feira, o governador eleito anunciou a criação de uma "pasta temporária", que ficará responsável pela transição da pasta junto ao gabinete de Intervenção Federal. A Secretaria, portanto, existirá até junho.
Um dos argumentos usados por Witzel para extinguir a pasta era seu uso como trampolim político dos secretários. No entanto, o governador escolheu um candidato a deputado federal, que disputou as eleições pelo PSC e ficou como segundo suplente, para comandá-la. O engenheiro civil Roberto Mota, que desde 2007 atua na área de segurança pública como consultor, será nomeado secretário. Se após a transição a Secretaria for extinta, o chefe de Polícia Civil e o comandante-geral da Polícia Militar terão status de secretário e deverão se reportar diretamente ao governador.

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A escolha de seu nome é uma resposta de Witzel às críticas que recebeu do atual secretário de Segurança, general Richard Nunes, pelo plano de extinguir a pasta.
— Não é inteligente bater de frente com a intervenção federal. Esse foi um aceno que o Witzel fez para mostrar que não é intransigente, que sabe ouvir — disse um aliado do governador eleito, acrescentando, no entanto, que a promessa de extinguir a Secretaria de Segurança está mantida.
Roberto Motta é mestre em gestão, e de acordo com a assessoria de Witzel, atua como consultor na área de segurança pública desde 2007. Ele foi candidato a deputado federal, obteve 17 mil votos, mas não conseguiu se eleger. Em sua página na internet, Motta se diz defensor da redução da maioridade penal para 16 anos. Também apoia um aumento da pena mínima para homicídios de seis para 15 anos, uma ampliação do tempo máximo de cumprimento de pena de 30 para 50 e o fim do regime semiaberto.
Com ideais de direita, Motta relata em sua página o dia em que “encarou Marcelo Freixo (PSOL)” e afirma que a “sentença do criminoso não pode ser mais leve que a sentença da vítima”. Este mês, ele viajou com Witzel para Israel, onde conheceu tecnologias utilizadas no combate à criminalidade.

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Em nota, o ex-juiz informou que "o objetivo é tornar a transição ainda mais integrada e transparente. A estrutura temporária vai durar até junho, quando a intervenção, por meio de um gabinete instalado no Comando Militar do Leste, concluirá a consolidação das aquisições com recursos federais que estão sendo empenhados até 31 de dezembro de 2018".

Interventor também fez críticas

Em entrevista ao GLOBO no último domingo, o interventor federal, general Walter Braga Netto, criticou o fim da secretaria de segurança e afirmou que o governador eleito terá que definir um interlocutor para a transição da intervenção: “As Forças Armadas não tratam de transição com comandante de polícia’’.
O atual chefe da pasta, general Richard Nunes, também lançou críticas à proposta. Na semana passada, durante o fórum de debates do Observatório Militar da Praia Vermelha, ele estar preocupado com a extinção da Secretaria, algo que deve causar um grande impacto na integração entre as polícias Civil e Militar.

Extra

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