MP investiga irregularidades no sumiço de processos e falsificação de assinaturas de juízes e desembargadores
Ex-prefeita
Núbia Cozzolino é presa no Fórum na Baixada
Reprodução/TV
Globo
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A ex-prefeita de Magé e ex-deputada
estadual Núbia Cozzolino foi presa, na manhã desta quarta-feira (10), sob
suspeita de chefiar uma organização criminosa e de falsificar documentos
públicos. Ela foi presa no Fórum, na Baixada, por volta das 11h, quando prestava
depoimento.
Desde
o ano passado, o Ministério Público investigava irregularidades no sumiço de
processos. Foram analisadas cerca de 110 ações, mais da metade envolvendo a
família Cozzolino. De acordo com a investigação, diversos documentos foram falsificados
pela organização criminosa comandada pela ex-prefeita.
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Além
dela, três de seus advogados também foram presos. Os agentes também cumpriram
mandados de busca e apreensão nas residências dos acusados e nos escritórios de
advocacia.
Um
dos processos chegou até o Supremo Tribunal Federal (STF) e transitou em
julgado. O processo deixou ex-prefeita inelegível por cinco anos, mas nunca foi
cumprido porque o documento desapareceu.
A
defesa de Núbia diz que precisa tomar ciência do conteúdo das acusações para se
manifestar sobre o caso. “Vamos agora nos dirigir para a Cidade da Polícia, que
é para onde eles estão sendo encaminhados, para ter ciência exata e completa de
todo o conteúdo dessa acusação. Mas ali só está constando a decisão judicial,
que nós não temos a mínima ideia do que seja”, afirmou o advogado Alexandre
Peçanha.
A
ação foi desencadeada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por
meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) e
da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI).
Assinaturas
de juízes falsificadas
As investigações tiveram início no ano
passado, quando a Justiça descobriu que nove processos da 1ª Vara Cível de Magé
desapareceram. A maioria era sobre membros ou aliados políticos da família
Cozzolino, que domina a política na cidade há mais de 30 anos.
Ao
mesmo tempo, o MP descobriu que ações de improbidade administrativa constavam
como arquivadas sem nenhum motivo aparente. Entre as ações contra Núbia havia
documentos adulterados e assinaturas de juízes e promotores falsificadas.
Ainda segundo o Ministério Público, em uma das ações o valor de R$ 1 milhão
contra Núbia Cozzolino foi alterado para R$ 100 mil. Para os promotores, era
ela quem chefiava a quadrilha com ajuda dos advogados e de outras pessoas que
ainda não foram identificadas.
Núbia
se elegeu prefeita de Magé duas vezes, em 2004 e 2008, mas foi afastada do
cargo em 2010 acusada de corrupção. Em 2011, ela foi presa por suspeita de
destruir provas. Núbia Cozzolino é filha do ex-prefeito Renato Cozzolino,
eleito em 1992. A irmã dela, ex-deputada Jane Cozzolino, teve o mandato cassado
em 2008.
O
outro irmão de Núbia, que também já foi prefeito de Magé, Charles Cozzolino,
também foi preso em 2008 por fraudar licitações.
O
sobrinho de Núbia, que tem o mesmo nome do avô, Renato Cozzolino, foi reeleito no
último domingo e vai ocupar, por mais quatro anos, uma das cadeiras da
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
G1
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