domingo, 16 de abril de 2017

Presidente diz que reforma da Previdência é uma necessidade indispensável


O presidente Michel Temer afirmou que a reforma da Previdência é uma "necessidade indispensável", sob pena de o país em no máximo cinco anos atravessar problemas de solvência fiscal como a Grécia e Portugal que encontraram dificuldades para pagar em dia salários de funcionários públicos e aposentadorias.
"Nós temos problemas sociais importantíssimos que depende muito da higidez orçamentária, e, se nós não tivermos a redução do déficit orçamentário, daqui a pouco nós não teremos programas sociais, investimentos", disse Temer, em entrevista veiculada no sábado pela TV Bandeirantes.
O presidente destacou que, se a reforma não for aprovada, é preciso ver que caminho vai se tomar, porque "será uma grande decepção para o desenvolvimento" do país. Ele entra esta semana numa etapa decisiva para a reforma com a apresentação, pelo relator da proposta, deputado Arthur Maia (PPS-BA), do seu parecer na terça-feira do texto aos integrantes da comissão especial da Câmara.
Temer afirmou que o governo tem entrado "acentuadamente" na discussão com sua base aliada para aprovar a reforma da Previdência. Esse comentário ocorreu após uma pergunta sobre a base que o Palácio do Planalto dispõe para aprová-la, uma vez que o governo teria perdido votos no debate sobre o projeto de terceirização, apreciado recentemente pelo Congresso. Ele, contudo, disse que o governo não entrou na discussão sobre a terceirização.
O presidente disse que a proposta de reforma vai garantir uma "panificação" de todas as categorias, isto é, o tratamento dos funcionários públicos e da classe política será igual. Ele afirmou que a aposentadoria dos militares - que, por ora, ficou de fora da proposta em tramitação no Congresso - também terá "modificações substanciosas" em relação ao que ocorre atualmente.
Temer defendeu os recuos que o governo fez na negociação da reforma com o Congresso. Ele citou números da área econômica segundo os quais antes das mudanças a economia com a Previdência seria de 800 bilhões de reais e, agora, caiu para algo em torno de 600 bilhões de reais. "É melhor ter uma redução de 600 bilhões de reais ou não ter nenhuma redução?", questionou.
O presidente considerou "normal" que um projeto "pesado" como o da reforma da Previdência passe por mudanças no Congresso e rebateu críticas sobre as alterações em discussão: "Isso tem sido nomeado de recuo, isso é uma mentalidade, com a devida vênia, autoritária".
Temer disse ter pego um país convulsionado quando assumiu, mas disse ter resolvido levar adiante as reformas e que a operação Lava Jato deve seguir seu ritmo normal. Ele disse saber que os fatos não são "alvissareiros", ao contrário, são "péssimos", mas frisou que o país não pode parar"
Inflação
Temer defendeu a posição do Banco Central (BC) na política de juros, quando perguntado se faltava ousadia à autoridade monetária em promover cortes mais significativos na taxa Selic. Na semana passada, o BC reduziu a taxa em 1 ponto porcentual, para 11,25 por cento ao ano. Ele disse que a instituição não está agindo de forma populista.
(Por Ricardo Brito)


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