Agricultoras de Conservatória,
distrito de Valença, no Sul Fluminense, ganharam o prêmio de melhor café
natural do Estado do Rio de Janeiro. Organizado pela empresa Três Corações, o
concurso nacional premia a participação das mulheres na cafeicultura. A vitória
da Fazenda Florença tem sabor especial, já que neste ano de pandemia, quando a
rede hoteleira na região ficou fechada por um período, cogitou-se a
possibilidade de demissões de funcionárias. Porém, o dono da propriedade, o
produtor Paulo Roberto dos Santos, sugeriu que elas trabalhassem na colheita
seletiva de cafés especiais.
- Ficamos muito felizes por essa
premiação, pois trabalhamos na produção de café há apenas três anos, e a região
está despertando novamente para a cultura cafeeira. A Secretaria Estadual de
Agricultura tem um papel importante de apoio no setor e está nos acompanhando
nesse despertar – afirmou Paulo Roberto.
A Secretaria de Agricultura
explica que vem trabalhando para fomentar a produção de café no estado com os
recursos do Agrofundo e também oferecendo apoio técnico desde o pequeno ao
grande produtor, por meio da Emater-Rio e da Pesagro-Rio.
- A Fazenda Florença venceu o
Concurso de Cafés Especiais realizado no ano passado no Palácio Guanabara e
agora conquista mais essa vitória. E ainda houve essa história de superação
durante a pandemia. Isso só prova que o resgate da produção de cafés naquela
região é um sucesso. Os cafés do Rio de Janeiro têm grande qualidade e
potencial para alcançar cada vez mais mercados - disse o secretário de Estado
de Agricultura, Marcelo Queiroz.
Vencedora se emociona com
conquista
Funcionária do hotel há 14 anos,
Josiane Pereira Duque, de 37 anos, foi uma das mulheres que aceitaram o desafio
de ir para a lavoura e participar da colheita.
- A gente estava com muito medo
de perder o emprego. Por isso, fiquei muito feliz quando o Paulo nos deu essa
oportunidade de continuar trabalhando e ir para a colheita, mesmo sem
experiência. E saber que o resultado disso foi essa premiação dá mais alegria
ainda. Não tenho nem palavras, fico emocionada. Voltei a trabalhar como
atendente no restaurante do hotel, mas, se precisar, volto para colher café –
garantiu Josi, como é mais conhecida na Fazenda Florença.
Receita de R$ 75,8 milhões
A produção de cafés no estado do
Rio reúne 2.644 cafeicultores - a maioria de pequenos produtores - e gera uma
receita anual de R$ 75,8 milhões a partir dos grãos cultivados em solo
fluminense.
Os produtores estão organizados
no Arranjo Produtivo Local (APL) de Cafés Especiais. São dois polos: nas
regiões Noroeste e Serrana. Além de marcar a retomada de uma atividade
tradicional na história do estado, que muito colaborou para as finanças do
Brasil, a produção de cafés de qualidade está contribuindo para a
diversificação da economia fluminense.
Da produção estadual, 80% ocorre
no Noroeste Fluminense, 19% na Região Serrana e 1% no Vale do Café e em outros
municípios. O Rio de Janeiro produz uma média de 400 mil sacas de café por ano.
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