segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Vacina de Oxford terá efeito similar à da Pfizer e Moderna

 

                                           Tubos de ensaio com a vacina sendo desenvolvida pela AstraZeneca /Foto: Dado Ruvic               



Em entrevista ao jornal britânico Sunday Times, o CEO da farmacêutica AstraZeneca. Pascal Soriot, anunciou que o imunizante candidato desenvolvido pela companhia em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido) terá uma eficácia similar aos imunizantes da Pfizer/BioNTech e da Moderna, que atingiram um patamar de 95% de proteção contra a Covid-19. A agência reguladora britânica deve aprovar a fórmula da empresa na próxima semana, e espera-se que comece a ser aplicada no país no dia 4 de janeiro. 

Sem dar maiores detalhes sobre a dosagem a ser adotada, Soriot garantiu que as informações serão publicadas em um estudo. Segundo o governo do Reino Unido, os dados completos já foram apresentados à Autoridade Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA, na sigla em inglês). 

O imunizante é testado no Brasil e é, até o momento, a única fórmula adquirida pelo governo federal. Ao todo, 100 milhões de doses já foram encomendadas e há previsão de transferência de tecnologia para a produção nacional por meio da Fiocruz. 

— Cremos que encontramos a fórmula vencedora e descobrimos como atingir uma eficácia que, a partir de duas doses, será alta como as demais (vacinas) — disse o diretor-geral ao Sunday Times, sublinhando que seu imunizante também protegerá contra 100% das formas graves de Covid-19. 

Em novembro, a apresentação dos dados parciais da última fase ensaios clínicos da AstraZeneca foi alvo de críticas. Um erro na dosagem durante os testes conduzidos no Reino Unido fez com que uma parcela dos voluntários recebesse apenas metade da dose prevista na primeira inoculação. Inesperadamente, a empresa concluiu que a eficácia deste grupo se mostrou mais alta (90%) do que naqueles que receberam duas doses completas (62%), o que intrigou a comunidade científica. 

Além disso, a AstraZeneca também foi questionada por divulgar os números através de um comunicado no lugar de um estudo publicado em um periódico científico com revisão de pares, como de praxe. A confusão levantou especulações de que a empresa buscou reagir aos anúncios das concorrentes Pfizer e Moderna, que ganharam manchetes à época com uma eficácia muito acima do esperado. Diante da reação de parte da comunidade científica, a companhia britânica havia anunciado que faria estudos adicionais para definir a dosagem correta. 

Eficácia contra mutação 

Pascal Soriot disse acreditar que a vacina da AstraZeneca será eficaz contra a mutação B.1.1.7 do novo coronavírus, uma variante possivelmente mais infecciosa que recentemente se espalhou pelo Reino Unido e levou mais de 50 países a restringir o trânsito de pessoas que estiveram em solo britânico recentemente. 

— No entanto, não podemos garantir isso. Faremos alguns testes — afirmou o diretor-geral da AstraZeneca, que não descartou novas versões da vacina adaptadas para mutações. 

A vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford custa menos do que as principais fórmulas em desenvolvimento ou aprovadas emergencialmente. Sua eventual aprovação pelo Reino Unido poderá abrir portas para a autorizações de uso extraordinárias, como no Brasil, o que representaria uma boa notícia para países em desenvolvimento. 

Suas doses podem ser mantida em refrigeradores comuns, ao contrário do imunizante da Pfizer/BioNTech, que precisa ser mantido a -75°C, o que exige uma logística desafiadora até mesmo para nações desenvolvidas, como o próprio Reino Unido, que começou a imunizar a população no início do mês. 



Extra


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