Segundo o prefeito, o
número de óbitos na cidade diminuiu
Fernando Frazão/Agência Brasil |
O prefeito do Rio de
Janeiro, Marcelo Crivella, disse no dia (5) que, depois de quase 70 dias de
afastamento social devido à pandemia de covid-19, “é um imperativo as
atividades voltarem”. Ele falou com a imprensa após inaugurar um deck
revitalizado na Lagoa Rodrigo de Freitas. Segundo Crivella, o número de óbitos
na cidade diminuiu.
“O número de óbitos
hoje (incluindo todas as causas), está em torno de 240 óbitos por dia. O
histórico é 180, nós já tivemos 350, 370, 380 óbitos por dia, quando a nossa
média é essa, 170, 180. Mas caiu, desceram muito. Esses 240 óbitos que tivemos
esta semana, se você for olhar, coronavírus e suspeitos são menos do que outras
comorbidades. Se você for ver, pessoas estão morrendo de enfarto, AVC, doenças
infecciosas, câncer, porque se afastaram do tratamento, dos exames”.
Dados do Sistema Infogripe, da
Fiocruz, mostram que as mortes por Síndrome respiratória aguda grave (Srag), um
indicativo de covid-19, continuam muito acima da média para a doença no estado.
Para a semana epidemiológica 22, que corresponde à semana passada, foram
estimados 86 óbitos, com dados ainda em atualização que podem chegar a 182. Na
semana anterior foram 229. Na semana epidemiológica 22 de 2019 foram 15 mortes
por Srag.
Semana epidemiológica
19, de 3 a 9 de maio, o estado do Rio de Janeiro teve 428 óbitos por Srag. Na
semana correspondente no ano passado foram 21. O estado do Rio de Janeiro
aparece como tendo uma temporada muito elevada de síndrome respiratória grave
este ano. Para o panorama de país, o Infogripe mostra que praticamente todos os
testes que deram positivo em pacientes com Srag tiveram Sars-CoV-2.
Pelos registros de
óbitos do Portal
da Transparência dos cartórios, a cidade do Rio de Janeiro teve um
pico de 161 mortes confirmadas ou suspeitas de covid-19 no dia 30 de abril e
outro de 149 no dia 10 de maio. Na sexta-feira (29) foram 98 mortes pela
doença. Os dados são atualizados em tempo real, de acordo com os registros de
óbito feitos nos cartórios, portanto os últimos dias podem sofrer alterações.
Mesmo com os números
ainda elevados, o prefeito defendeu o plano de reabertura da economia e
das atividades na cidade.
“Eu peço a compreensão
de todos, é assim que ocorreu em outros países. Todos os nossos parâmetros
estão sendo medidos dia a dia. Se por acaso tivermos um efeito colateral não
previsto ou alguma coisa que não esteja de acordo com o planejamento, nós
voltamos atrás, sem problema nenhum, voltamos a fechar, voltamos a fazer o
afastamento social nos níveis que eram antes. Essas seis fases são bem
devagarzinho. Por exemplo, comércio, que foi a área mais afetada, nessa semana
só abriram as agências de automóveis e as lojas de móveis, que são espaços
enormes, onde entram pouca gente, que normalmente não têm aglomeração”.
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, prorrogou, até o início de julho, a
suspensão das aulas na rede municipal. Contudo, o chefe do município liberou as
unidades de saúde para que possam retomar as consultas e exames ambulatoriais
mediante agendamento.
Essas e outras medidas foram publicadas em um decreto na terça-feira (2) que prevê
a retomada gradual de serviços, do comércio e da educação na cidade.
Para a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, ainda não é o
momento de relaxar as medidas restritivas na cidade, já que há locais muito
vulneráveis, como as favelas, e a doença está avançando para o interior do
país.
C/ EBC
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