O Brasil todo está sem
dinheiro", disse o presidente
O presidente Jair Bolsonaro
afirmou hoje (16) que os problemas de orçamento do Executivo Federal são graves
e que a ausência de recursos terá como um dos impactos a redução da jornada de
militares, que trabalhariam durante “meio expediente”. A fala do presidente
ocorreu em cerimônia realizada no Palácio do Planalto.
“O
Brasil todo está sem dinheiro. Os ministros estão apavorados. O Exército vai
entrar em meio expediente. Não tem comida para dar para o recruta. A situação é
grave”, disse Bolsonaro.
O
presidente fez a afirmação respondendo a perguntas sobre o problema de
orçamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq). O presidente da instituição, João Luiz Filgueiras de Azevedo, afirmou
em entrevistas que mais de 80 mil bolsas deixariam de ser pagas em setembro por
falta de recursos.
Por
meio de nota, o Ministério da Defesa informou que ainda trabalha “com a
possibilidade de liberação dos recursos contingenciados”, mas que estuda
“alternativas caso se prolongue o referido bloqueio”.
CNPq
Em
julho, o CNPq suspendeu a seleção de bolsistas no
Brasil e no exterior até o dia 30 de setembro à espera de crédito. Na
explicação, o órgão informou que possui um déficit de R$ 300 milhões no
orçamento de 2019 e que buscava um crédito suplementar para sanar o rombo.
Ontem
o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos
Pontes, afirmou que o problema está “sendo resolvido” e
que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, teria “dado a palavra” de que
haveria uma solução para o caso com a garantia de recuros. Contudo, Pontes não
detalhou como esse acréscimo se daria.
O
CNPq é a principal instituição federal financiadora de pesquisas no país
juntamente com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes). O conselho custeia desde alunos em programas de iniciação científica a
projetos de pesquisa de professores e pesquisadores em instituições como
universidades e centros de pesquisa.
Bloqueios
O
contigenciamento total realizado pelo Executivo Federal somou, até julho, R$
33,426 bilhões. No mês passado, o governo anunciou novo bloqueio,
no valor de R$ 1,443 bilhão. A previsão inicial era de R$ 2,252 bilhões, mas
houve o uso de uma reserva no valor de R$ 809 milhões.
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