Problema atinge
entre 5 a 10% das mulheres em idade reprodutiva no mundo

A Síndrome dos Ovários Policísticos,
ou SOP, atinge entre 5 a 10% da população feminina mundial em idade
reprodutiva. Trata-se da doença endocrinológica mais comum entre mulheres
durante a fase de vida reprodutiva e, se não for tratada, pode levar a
complicações como dificuldade de engravidar, obesidade, colesterol elevado,
glicemia alterada ou diabetes, aumento do risco de doenças cardiovasculares e
de carcinoma de endométrio.
Nesta entrevista, a endocrinologista
do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione
(IEDE), Graziella Mendonça Monteiro de Barros, explica detalhes da síndrome,
principais sintomas e como é feito o tratamento que oferece melhor qualidade de
vida a quem sofre do problema.
Para as pacientes do SUS, o IEDE
oferece atendimento ambulatorial e tratamento para a síndrome. O serviço conta
com endocrinologistas, dermatologistas e, caso necessário, outras
especialidades como Nutrição. O acesso ao IEDE é feito via Central
Estadual de Regulação (CER). As pacientes atendidas nas unidades básicas
de saúde e que têm indicação podem ser encaminhadas para acompanhamento na
unidade.
1- O que é a Síndrome dos
Ovários Policísticos?
Trata-se de um distúrbio
endocrinológico caracterizado pelo aumento da produção de hormônios masculinos,
ciclos menstruais irregulares, menor frequência de ovulação, além do aspecto
policístico dos ovários que pode ser observado no exame de ultrassom.
2- Há uma faixa etária mais sensível
ao problema?
Sim. A SOP pode se manifestar durante
a fase reprodutiva da mulher – entre a menarca (primeira menstruação) e a
menopausa.
3- Quais são os principais sintomas?
Os sintomas são bem variados e a
doença pode ser mais branda em algumas mulheres e mais severa em outras. As
principais características clínicas são a ausência ou a irregularidade
menstrual, aumento da oleosidade da pele, queda de cabelos, presença de
espinhas e excesso de pelos grossos em áreas do corpo como o rosto, seios e
barriga. O excesso de peso está presente em 30 a 70% dessas mulheres, podendo
agravar as alterações metabólicas e a fertilidade.
4- E as principais causas?
As causas da SOP ainda não são
totalmente conhecidas, mas sabe-se que a doença está associada à genética e a
fatores ambientais. Mulheres com SOP frequentemente possuem mãe ou irmã que
também sofrem da doença.
5- Como é feito o diagnóstico da
doença?
O médico deve fazer um levantamento
do histórico clínico da paciente, exame físico, ultrassonografia dos ovários e
exames laboratoriais que incluem, além de hormônios como a testosterona total,
glicemia e colesterol. Antes de investigar a SOP, o profissional precisa
afastar a possibilidade de doenças nas glândulas tireoide e suprarrenal.
6- Como é realizado o tratamento?
O tratamento deve incluir mudanças no
estilo de vida da paciente como dieta e atividade física, visando perda de peso
e melhorando a resistência à ação da insulina, o retorno dos ciclos ovulatórios
e melhora da fertilidade. O tratamento medicamentoso em mulheres que não
desejam engravidar é feito com contraceptivos hormonais como as pílulas
anticoncepcionais, anéis vaginais e adesivos. Eles regularizam os ciclos
menstruais e melhoram as espinhas e o excesso de pelos. Existem outros
medicamentos que podemos associar aos contraceptivos hormonais que ajudam a
melhorar ainda mais as espinhas e o excesso de pelos. Por isso, o tratamento
dermatológico deve sempre ser associado a esses medicamentos. A paciente
que apresentar altos níveis de insulina ou alteração na glicemia pode ser
medicada com drogas específicas para reduzir a produção dessa substância.
7- A síndrome pode causar alguma
dificuldade para a mulher que quer engravidar?
As mulheres que desejam ter filhos
devem fazer tratamento com medicamentos indutores de ovulação que aumentam as
chances de gravidez.
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