Transplantes de
córnea e rins realizados já superam o número do mesmo período do ano passado

Nesta quarta-feira, 27/09, é o Dia
Nacional da Doação de Órgãos. Para comemorar a data, o Programa Estadual de
Transplantes (PET) divulga um balanço dos transplantes de órgãos realizados no
Estado do Rio, e mostra que todos os indicadores vêm aumentando quando se
compara 2017 com 2016. A previsão é que o ano de 2017 tenha o melhor saldo de
cirurgias desse tipo desde que o PET foi criado, há sete anos. Até agosto,
foram realizados 966 transplantes no estado. No ano passado, durante todo o
ano, foram 1.128.
O grande campeão por enquanto é o
transplante de córnea, procedimento que já teve uma fila de espera de 10 anos e
cuja média de espera atual é de oito meses. Entre janeiro e agosto de 2017,
foram realizados 576 transplantes de córnea, o número supera todo o ano de
2016, quando foram feitos 575 procedimentos desse tipo. Outra boa notícia é que
só em agosto foram realizados 106 transplantes de córnea, o antigo recorde
mensal era de 96 cirurgias.
- Sabemos que a decisão de doar os
órgãos de um parente é tomada no momento mais difícil, mas o debate constante
desse assunto nos ajuda a aumentar o número de doações. Nossas equipes são
incansáveis e o resultado que temos alcançado esse ano nos mostra isso
claramente, apesar das dificuldades, estamos batendo recordes de doações, isso
quer dizer que nosso objetivo de salvar vidas está sendo cumprido - disse Luiz
Antonio Teixeira Jr., secretário de Estado de Saúde.
Outra cirurgia que está muito próxima
de bater o recorde é o transplante de coração. Entre janeiro e agosto desse ano
foram realizadas 9 cirurgias, mesmo número do ano passado inteiro. Os
números de transplantes de rins também são significativos. No ano
passado, até agosto, foram 233 procedimentos. Este ano, no mesmo período, foram
234.
- Este ano será um sucesso para o
PET. Estamos quebrando todos os recordes, mas sabemos que a negativa das
famílias ainda é o maior desafio a ser superado. A informação é nossa principal
estratégia para que a doação de órgãos seja um assunto encarado com cada vez
mais naturalidade entre os brasileiros. Acredito que estamos no caminho certo,
a evolução nos números tem nos mostrado isso - explica Gabriel Teixeira,
coordenador do Programa Estadual de Transplantes.
Aumento de doações – Em 2016, o PET
encerrou o ano com taxa de doação em 13.8 PMP (por milhão de habitante). Já no
primeiro trimestre de 2017 apresentou alta, chegando a 15.4 (PMP), o que
representa uma variação positiva de 12%. Desde que foi criado, em abril de
2010, o programa já ultrapassou a marca de 8.593 transplantes de
órgãos e tecidos realizados nos últimos sete anos.
Vidas que dependem do “sim” – A legislação
brasileira determina que apenas parentes diretos de pacientes com diagnóstico
de morte encefálica têm o direito de autorizar a doação de órgãos e tecidos.
Não há nenhum documento que possa ser deixado em vida para garantir que a
doação ocorra após a morte. Portanto, conversar entre as famílias e expor o
desejo de ser doador é a forma mais importante de fazer com que essa vontade
seja respeitada. Em 2016, entre as famílias entrevistadas pelas equipes de
acolhimento familiar, 46% deram resposta negativa à doação. Já nestes seis
primeiros meses de 2017, esse índice está em 45,5%.
- A conscientização da sociedade é
muito importante, nas entrevistas, oferecemos à família que perdeu um ente
querido o direito de doar os órgãos e, desta forma, salvar vidas que dependem
disso – explica Patrícia Bueno, assistente social do PET e integrante da equipe
de acolhimento familiar.
Doe+Vida – As equipes da
Coordenação Familiar do PET também realizam, desde 2015, palestras de
conscientização em empresas, instituições e diferentes entidades para falar
sobre o assunto. Além disso, o programa disponibiliza o site www.doemaisvida.com.br, onde as pessoas
que querem se declarar doadoras podem se cadastrar e compartilhar a vontade com
familiares e amigos. Apesar de não ser um documento legal, uma vez que somente
familiares diretos podem autorizar a doação, o cadastro visa estimular as
famílias que discutam o assunto, busquem informações e compartilhem entre todos
a vontade de ser doador.
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