quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Líderes do Comando Vermelho são transferidos para presídio federal de segurança máxima

 

Divulgação


Sete chefes do Comando Vermelho (CV), considerados de alta periculosidade, foram transferidos na quarta-feira (12) do sistema prisional do Rio de Janeiro para penitenciárias federais de segurança máxima. A operação, coordenada pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) e pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-RJ), teve apoio da Polícia Federal e faz parte da estratégia do governo estadual para enfraquecer o poder das facções dentro e fora das cadeias.

Os detentos transferidos cumprem penas que variam de 34 a mais de 100 anos de prisão. Entre eles estão nomes conhecidos como Eliezer Miranda Joaquim, o Criam, condenado a mais de 100 anos; Arnaldo da Silva Dias, o Naldinho; Carlos Vinícius Lírio da Silva, o Cabeça de Sabão; Fabrício de Melo de Jesus, o Bicinho; Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor; Alexander de Jesus Carlos, o Choque; e Roberto de Souza Brito, o Irmão Metralha.


Grande parte do grupo foi levada para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, a primeira unidade de segurança máxima do país, inaugurada em 2006. A prisão é conhecida pelo regime extremamente rígido de controle e isolamento. Cada detento ocupa uma cela individual de cerca de 6 m², sem tomadas e com iluminação e banho controlados por horário. Todas as movimentações são monitoradas por câmeras e os presos são revistados e algemados a cada deslocamento.

O presídio possui quatro módulos e capacidade para pouco mais de 200 presos. As comunicações externas são severamente limitadas: as visitas ocorrem por videoconferência ou em parlatórios com barreira de vidro, e não há contato físico. Os internos têm direito a duas horas de banho de sol diário e até seis refeições por dia, com acesso a atendimento médico, odontológico e psicológico sob rígida vigilância.

De acordo com o governo do Rio, a transferência tem como objetivo interromper a comunicação entre os líderes do CV e os integrantes da facção que ainda atuam nas comunidades fluminenses. A medida ocorre em meio à Operação Contenção, deflagrada no fim de outubro, que teve como alvo os complexos do Alemão e da Penha — regiões que concentraram recentes confrontos com forças de segurança.

Desde o início da atual gestão estadual, 42 líderes do tráfico já foram levados a presídios federais. A estratégia é vista como uma forma de enfraquecer as estruturas criminosas dentro do sistema penitenciário, embora especialistas alertem que a dispersão de chefes de facções pode exigir monitoramento constante para evitar novas articulações.

Com vigilância 24 horas e comunicação controlada, o presídio de Catanduvas simboliza o esforço do governo em conter o poder das facções. A dúvida que permanece é se o isolamento físico dos líderes será suficiente para romper as redes de comando que, mesmo à distância, ainda influenciam o crime organizado no país.

C/ Band



COMPARTILHE

Curta Nossa Página no Facebook

Compartilhe

CURTA A NOSSA PÁGINA