O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) permanece nos Estados Unidos, enquanto segue participando das atividades da Câmara de forma remota. O parlamentar está em licença médica, mas continua votando e registrando presença em plenário, ao mesmo tempo em que seus gastos de gabinete passaram por forte redução.
Mesmo afastado por motivos de saúde, com atestados apresentados para dois períodos consecutivos, Ramagem manteve ritmo constante nas votações realizadas pela Câmara. Nos registros oficiais, não constam faltas no plenário desde o início da licença. Já nas comissões, porém, acumulam-se ausências, algumas justificadas pelo afastamento médico.
A permanência do deputado no exterior coincidiu com uma queda brusca nas despesas de seu gabinete, especialmente com passagens aéreas, que deixaram de ser declaradas desde setembro. Antes do afastamento, a cota parlamentar ultrapassava R$ 40 mil mensais; após a viagem, caiu para pouco mais de R$ 13 mil.
Apesar da redução geral dos gastos, Ramagem continuou tendo despesas pagas pela Câmara, como a locação de um carro blindado, abastecimento e um pacote internacional de telefonia. Os custos mensais somaram milhares de reais, mesmo com o deputado fora do país. A Câmara afirma que não foi comunicada oficialmente sobre sua viagem e que não autorizou missão oficial no exterior.
A situação gerou questionamentos dentro e fora do Congresso. Investigadores da Polícia Federal apuram se a viagem pode indicar risco de fuga, já que o parlamentar foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 16 anos de prisão no processo relacionado ao chamado “plano golpista”. Sua saída do Brasil ocorreu enquanto a ação penal estava suspensa na Câmara, o que aumentou a tensão política em torno do caso.
Nas redes sociais, Ramagem continua ativo e comenta votações e pautas legislativas, reforçando que segue no exercício do mandato. Ele nega qualquer irregularidade e afirma ser inocente das acusações pelas quais foi condenado.
A combinação entre deslocamento não comunicado, manutenção das atividades parlamentares à distância e despesas públicas pagas enquanto está no exterior alimenta um debate sobre os limites éticos e legais da atuação de parlamentares em licença médica.
C/ CNN
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