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O programa Mentalidades Matemáticas (MM) tem a missão de mudar essa perspectiva de que a disciplina é desafiadora. Desenvolvido pela Universidade de Stanford (EUA) e baseado em conceitos da neurociência, esse modelo que busca democratizar e humanizar o ensino de fórmulas, problemas, equações e contas chega agora às escolas municipais do Rio.
Desde outubro, professores da rede estão passando por um curso para conhecer o novo modelo e levar o programa para todas as mais de 1.500 escolas da cidade. O professor Nelson Garcez Lourenço, que leciona Matemática há 11 anos nos ensinos fundamental e médio, está na turma.
— Desde 2017 ou 2018, acompanho o projeto e já tentava aplicar essas atividades na minha sala de aula. É desafiador, porque as dinâmicas são diferentes do ensino tradicional. Mas acredito no poder de uma Matemática mais democrática, aberta e visual. Isso beneficia tanto o aprendizado da Matemática quanto a formação cidadã dos estudantes— afirma.
Os professores que estão passando por essa capacitação serão formadores especialistas, que vão preparar o restante do corpo docente do município para aplicar a abordagem em sala de aula e desfazer o mito de que Matemática é um bicho-papão para os estudantes.
Confiança e criatividade
O programa chega ao Rio por meio de uma parceria entre a prefeitura, o Itaú Social e o Instituto Sidarta, responsável por sua aplicação no Brasil. O modelo utiliza estratégias visuais, atividades colaborativas e resolução de problemas por diferentes caminhos, tornando a Matemática mais acessível e menos intimidadora. Segundo Maira Costa, coordenadora pedagógica do MM, o foco é criar um ambiente de confiança e criatividade:
— O jeito de pensar de cada um é válido. Errar faz parte do processo e ajuda a aprender. Nosso objetivo é tirar a ansiedade dos alunos e mostrar que todos têm potencial para aprender, sem mitos ou barreiras.
Em 2023, o município do Rio registrou 200 mil matrículas no segundo segmento do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano). A expectativa é que, até 2025, o programa atinja mais professores e os alunos desse período. Experiências anteriores demonstraram resultados expressivos com o programa: em Cotia (SP), por exemplo, um curso de férias de dez dias baseado no modelo do MM proporcionou um avanço equivalente a um ano e três meses em escolaridade.
O professor Pedro Paulo Sena, que tem 16 anos de experiência, destaca a relevância da abordagem neurocientífica:
— A metodologia, que foca no desenvolvimento do raciocínio e na resolução de problemas, atende às novas demandas da sociedade e do mercado de trabalho. É isso que precisamos para um ensino de Matemática mais eficaz e alinhado ao currículo atual.
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