sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Bienal do Livro 2025 terá novas atrações e até roda-gigante literária


Foto: Divulgação


A Bienal do Livro 2025 terá roda-gigante ao som de trechos de clássicos da literatura especialmente selecionados para a ocasião. A conjunção de parque de diversões com experiência literária é uma das apostas para o ano que vem, no Riocentro, que vai ganhar mais espaço, nova data e outras novidades.

A ideia é que cada cabine da “Leitura nas alturas” — nome dado pelos organizadores para a inédita roda- gigante literária do evento — seja decorada com imagens que remetam ao livro cujo trecho será ouvido pelos passageiros sem deixar de fora a paisagem ao fundo. A selfie é garantida. Do lado de dentro, outros “brinquedos” aguardam o leitor. Estão previstos um “Labirinto de histórias”, com quatro entradas. Dentro, enquanto buscam a saída, os visitantes encontrarão informações sobre livros, tudo de sempre de forma leve e interativa. Quem gosta de jogos que testam conhecimento terá à disposição um “escape room” que emula cenários literários onde são propostos jogos em que a chave é a solução de enigmas e desafios propostos pelas editoras participantes.

— A gente observa que a tendência do público é viver experiências, ter atividades. Fizemos pesquisas nesse sentido com o público da Bienal que é bastante amplo, de idosos a crianças. Chegamos a esse conceito de Book Park — explica Tatiana Zaccaro, diretora da GL events Exhibitions e responsável pela Bienal do Livro Rio — O propósito principal do evento é incentivar a leitura, muito do que é consumido em redes sociais e no mundo do audiovisual e dos games se inspira nos livros, a ideia de trazer isso para dentro da Bienal de forma lúdica, mostrar como essas histórias são potentes e que ler não é uma obrigação, é divertido. Queremos mostrar para as pessoas a potência dos livros e das histórias.

A Bienal do Livro do Rio é conhecida por seus números superlativos. A edição mais recente, de 2023, ano em que o evento completou quatro décadas, registrou 5,5 milhões de livros vendidos — um recorde, com a incrível média de 9 exemplares por visitante. A expectativa é de que em 2025 o público fique em torno dos mesmos 600 mil do ano passado, mas haverá mais espaço e diversão disponíveis. O festival ocupará 120 mil metros quadrados contra 90 mil na versão anterior. O pavilhão cinco do Riocentro será um dos espaços incorporados.

— Esse novo modelo vem de uma composição de fatores. Percebemos que há muitos anos a Bienal deixou de ser uma mera feira de livro. Temos uma forte visitação escolar e um engajamento muito importante do público jovem, que demanda outras dimensões de engajamento, de eventos. É nesse jovem que queremos plantar a semente do gosto pela leitura, então nada mais natural do que buscar novas formas de nos comunicarmos com esses leitores — analisa Dante Cid, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), um dos organizadores da feira.

O peso da Bienal do Livro será ainda maior no ano que vem. Isso porque a partir do dia 23 de abril — não por acaso o Dia Internacional do Livro — o Rio passará a ostentar o título de Capital Mundial do Livro, concedido pela Unesco.

— Haverá uma série de atividades que vão marcar essa posição da cidade como Capital Mundial do Livro e a Bienal é a cereja do bolo e ainda mais ampliada como Book Park — aposta Dante Cid.

O Rio vai suceder a francesa Estrasburgo no posto e será a primeira cidade de língua portuguesa na categoria.

— Nosso comitê consultivo reconheceu o fato de o Rio ter demonstrado em sua candidatura a importância do seu patrimônio literário e um plano bastante consistente para ações de estímulo e valorização da leitura e da produção literária inclusive com o emprego de tecnologias digitais e fico nos jovens. Sem dúvida, a Bienal se insere com grande protagonismo nesse sentido como um espaço importantíssimo na promoção da economia criativa — diz Isabel de Paula, coordenadora de Cultura da Unesco no Brasil.

Entre as ações previstas para marcar o ano do rio como capital mundial do livro, está a criação, pela prefeitura, de um inventário de todos os espaços, públicos e privados, de leitura e escrita na cidade. O objetivo é listar e classificar esses pontos como forma de orientar a elaboração de políticas públicas na área. A paisagem também será afetada: a ideia é que ruas e espaços públicos sejam tomadas por obras de arte que remetam ao universo dos livros. Será a “book parade”, exposição ao ar livre concebida nos mesmos moldes da “cow parade”.

Estão previstos ainda investimentos nas Bibliotecas do Amanhã, com reforma dos prédios, obras de acessibilidade e modernização do acervo. De acordo com a secretaria municipal de Cultura, sete desses equipamentos já foram entregues este ano de olho no título que o Rio receberá em abril de 2025. Amanhã serão formalizados os primeiros 20 projetos comunitários ligados a leitura escolhidos em edital. cada um receberá R$ 120 mil.

— A Bienal será o mais importante evento, entre tantos que vamos colocar em prática nesse ano tão especial. Foi assim que ela foi apresentada na candidatura do Rio junto à Unesco. Aliás, a Bienal foi desde o primeiro momento parceira institucional dessa candidatura — disse Marcelo Calero, secretário municipal de Cultura.

Para quem conta as horas para a chegada da Bienal, uma boa notícia: esse ano, a feira será mais cedo, em junho (entre os dias 13 e 22) e não em setembro como em 2023. O período faz com que os últimos dias da festa coincidam com o feriado de Corpus Christi.

Extra

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