quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Pesquisadores da UFMG desenvolvem substância que inibe Sars-CoV-2 por 24h

Além de seguro para a saúde e para o meio ambiente é econômico e versátil
Foto: Universidade Federal de Minas Gerais


Uma solução à base de nióbio criada por cientistas brasileiros é capaz de proteger diversos tipos de superfície do Sars-CoV-2 por até 24 horas. A substância, que pode ser utilizada em sua forma líquida ou spray, foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com o apoio de investidores privados e foi registrada pela startup Nanonib. 

Segundo os especialistas, o produto tem ação prolongada para limpeza e desinfecção do ambiente doméstico e de utensílios nos ambientes médico e odontológico. Além disso, a solução pode ser utilizada para higienizar as mãos sem causar reações adversas, como sensação de ressecamento da pele. 

O composto de nióbio será chamado comercialmente de INNIB-41 e está relacionado a uma família de compostos já conhecidos pelos cientistas, os polioxoniobatos. "Sintetizamos uma forma nova de polioxoniobato com capacidade de gerar espécies de oxigênio que desativam uma elevada carga do coronavírus de modo eficiente", disse Luiz Carlos Oliveira, um dos pesquisadores, em comunicado. "Essas espécies de oxigênio são liberadas no meio [em que estão] ao se depararem com uma bactéria ou um vírus." 

O feito é inédito, pois o composto de nióbio na forma em gel não utiliza solventes orgânicos ou polímeros e, por isso, não compromete a saúde das pessoas e nem prejudica o meio ambiente. "Vamos criar soluções contendo moléculas inovadoras de nióbio, com baixo custo de produção e versáteis, já que também poderão ser inseridas em produtos de limpeza e cosméticos disponíveis no mercado", ponderou Oliveira. 

Em testes preliminares, os pesquisadores também descobriram que, além de proteger contra o vírus causador da Covid-19, a solução apresenta excelentes propriedades contra outros microrganismos, pois tem ações fungicida, bactericida e virucida. "As tecnologias desenvolvidas com o nióbio têm alto grau de ineditismo e grande potencial de geração de valor", afirmou Oliveira. "[Por isso,] podem ser de interesse estratégico e econômico para Minas Gerais, que tem a maior produção de nióbio no mundo." 

Revista Galileu


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