Chamada de cateterismo cerebral, técnica capaz de reduzir sequelas já foi aprovada pela Anvisa
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Cateterismo cerebral em vítimas de AVC está sendo realizado no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (Foto: Cláudio Oliveira/EPTV) |
Pesquisadores da
Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto (SP) estão utilizando uma
técnica capaz de reduzir quase que totalmente as sequelas do Acidente Vascular
Cerebral (AVC), como a paralisia facial e a perda de alguns movimentos.
Popularmente chamado de cateterismo cerebral, o tratamento consiste em
desentupir as artérias grandes do cérebro até 24 horas após os primeiros
sintomas. O método já foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa).
“Com o tratamento endovascular, às vezes, a gente vê respostas
dramáticas. Pacientes que ficariam sequelados pelo resto da vida voltam a andar
com esse tratamento. Então, é uma alternativa terapêutica muito interessante”,
diz o neurologista Octávio Pontes Neto.
Ele explica que a técnica consiste em introduzir um microcateter em uma
artéria na perna do paciente e avançar até a área entupida do cérebro, onde o
coágulo que impede a passagem do sangue é aspirado ou retirado com um stent,
dispositivo usado para desobstruir os vasos.
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Microcateter é introduzido na artéria cerebral para retirada de coágulo (Foto: Reprodução) |
Segundo Pontes
Neto, o procedimento pode “limpar” 80% dos vasos sanguíneos afetados e é mais
eficaz que o tratamento convencional, com o uso de medicamentos para dissolver
os coágulos que se formaram no cérebro e causam o AVC.
Entretanto, o resultado do tratamento depende da extensão e do tempo em
que a lesão ocorreu. O neurologista explica que, quando ocorre um AVC, os
neurônios sofrem com falta de oxigênio e morrem em uma taxa de 1,9 milhão por
minuto.
“É
como se fosse uma fogueira queimando um canavial e a gente tem que correr, como
um bombeiro, tentando apagar o incêndio, tentando abrir a artéria o mais rápido
possível para restaurar o fluxo sanguíneo para o cérebro”, diz.
O médico afirma
que o sucesso da técnica depende ainda de um bom fluxo colateral, ou seja, que
outras artérias estejam levando sangue à área do cérebro afetada pelo AVC. Além
disso, é importante que o infarto seja identificado em estágio inicial.
“Não é qualquer paciente com AVC isquêmico, mas aquele que tem oclusão
de uma grande artéria do cérebro, em que a gente não consegue desentupir só com
remédio na veia. Então, muitas vezes, além de receber o remédio, vai ser
submetido a esse cateterismo”, completa.
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Pesquisadores da USP usam técnica de cateterismo cerebral para reduzir sequelas em vítimas de AVC (Foto: Cláudio Oliveira/EPTV) |
G1
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