sábado, 10 de abril de 2021

Itaperuna se destaca no mercado internacional com crescimento no volume de exportações

 




Em plena pandemia, Itaperuna, no Noroeste Fluminense, ganhou destaque no mercado internacional com um crescimento de 489% no volume de exportações. O índice calculado pela Firjan, por meio da plataforma Rio Exporta, compara 2020 ao ano anterior. Ao todo, a região movimentou US$ 326 mil, principalmente carnes em direção a Angola.

É o caso de um frigorífico que possui cinco filiais em diferentes regiões do país, sendo uma delas em Itaperuna. No ano passado, foram enviadas para Angola 74 toneladas de charque – a carne seca industrializada -, e a expectativa para este ano continua em alta: em apenas três meses foram exportadas 40 toneladas, que já é mais da metade do montante enviado pela empresa em todo o ano passado.

“Trata-se de um produto de fácil manutenção, pois não precisa ficar em local resfriado, o que facilita a adesão em regiões mais carentes. E Angola tem o costume de usar o produto em sopão e também nas feijoadas, que são oriundas de lá. Agora vivemos a expectativa de mais uma grande remessa no meio do ano, devido a uma tradição de festas populares neste período naquele país”, conta Tayrone Alves, gerente da empresa.

“Isso é mais uma demonstração não só da força da região, como também da necessidade de se investir em obras de infraestrutura para escoar a produção, como a Estrada de Ferro 118. Sem contar que já temos o Porto do Açu, que mira cada vez mais no agronegócio. Com essas alternativas, o custo do frete diminui substancialmente, melhorando também o valor, a competividade dos produtos e a geração de emprego e renda”, defende o presidente da Firjan Noroeste Fluminense, José Magno Hoffmann.

Um exemplo disso são as exportações do frigorífico de Itaperuna, que exporta seus produtos a partir do Porto de Santos, em São Paulo, a cerca de 700 quilômetros da cidade. O Porto do Açu, que fica a 100 quilômetros do município, poderá se tornar, em breve, uma alternativa para diminuir em até sete vezes o custo do frete – e consequentemente, do produto. No ano passado, o Porto começou a importar fertilizantes, e a expectativa é de que comece a operar no agronegócio cada vez mais.

E foi justamente São João da Barra o único município do Norte Fluminense a registrar crescimento nas exportações, mas de apenas 3%, movimentando US$ 730 milhões. O principal produto exportado pela região foi de óleo bruto de petróleo, que, no geral, teve queda de 10%. No total, o Norte Fluminense teve queda de 26% nas exportações, muito por conta da pandemia, segundo especialistas. Neste caso, a China foi o principal parceiro da região com 46% do total exportado.

“A queda nas exportações do último ano se deu em virtude do impacto gerado pela pandemia no fluxo do comércio internacional. As indústrias paralisaram ou desaceleraram suas produções e em paralelo o consumo foi reduzido devido as restrições estabelecidas. Ações de restrições como fechamento de fronteiras, redução da disponibilidade de transportes internacionais e aumento excessivo no custo do frete, impactaram diretamente na redução das exportações e na interrupção de cadeias de fornecimento globais e, consequentemente, pressionaram o valor dos insumos” avalia Giorgio Luigi Rossi, coordenador da Firjan Internacional.


Felipe Sáles





COMPARTILHE

Curta Nossa Página no Facebook

Compartilhe

CURTA A NOSSA PÁGINA