sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Azitromicina para tratar pacientes de Covid-19 não melhora a evolução clínica dos indivíduos

A pesquisa contou com a participação de 397 pessoas que foram diagnosticadas com a doença
Foto: Pixabay


A conclusão é de um estudo realizado pela Coalizão Covid-19 Brasil publicado na revista científica The Lancet. O antibiótico é o segundo medicamento mais usado no mundo no tratamento de pacientes em estado grave. O estudo brasileiro é o primeiro randomizado que avaliou os efeitos do remédio no tratamento da doença. 

O uso da azitromicina para tratar pacientes graves de Covid-19 não melhora a evolução clínica dos indivíduos. Esta foi a conclusão de um estudo feito por um grupo que reúne hospitais e institutos de pesquisa do país que avaliam tratamentos contra o coronavírus.

O levantamento avaliou se o antibiótico poderia trazer benefícios aos pacientes em estado grave da doença. A pesquisa contou com a participação de 397 pessoas que foram diagnosticadas com a doença. Desses pacientes, 50% estavam em ventilação mecânica e tinham em média 60 anos. 

Por meio de um sorteio, 214 pessoas receberam a azitromicina por 10 dias. Todos os pacientes que participaram da pesquisa também utilizaram a hidroxicloroquina durante o tratamento. 

A conclusão foi que o uso do antibiótico não mostrou nenhum benefício para a recuperação dos pacientes, como explica o médico pesquisador do Hospital Albert Einstein, Remo Holanda de Mendonça Furtado: "a gente avaliou a probabilidade dos pacientes estarem melhores, quer dizer, estarem em casa ou saírem do oxigênio e também a gente avaliou a mortalidade. E em nenhum desses parâmetros a gente um benefício, uma redução com a azitromicina. Então a azitromicina, infelizmente não foi eficaz no tratamento da pneumonia pelo vírus da Covid-19". 

A azitromicina é um antibiótico utilizado para tratar várias doenças causadas por bactérias, inclusive a pneumonia bacteriana. 

No início da pandemia, uma pesquisa francesa, no estágio inicial, apontou que o uso do medicamento poderia melhorar a evolução clínica de pessoas com Covid-19. Mas o estudo brasileiro, que é o primeiro randomizado do mundo, concluiu que a adição da azitromicina não trouxe nenhum benefício aos pacientes. Ao todo, a Coalizão Covid-19 Brasil conduz nove estudos que avaliam a eficácia e a segurança de potenciais terapias para pacientes com coronavírus.

CBN

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