Câncer de Roberto Leal era raro e difícil de ser diagnosticado
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Roberto Leal — Foto: Divulgação/Blog oficial/vasco.com.br |
Na madrugada deste domingo
(15), o cantor português Roberto Leal faleceu de
insuficiência renal em decorrência de complicações relacionadas ao tratamento
para o câncer no olho que já enfrentava há dois anos.
No ambulatório de melanoma das Clínicas em São
Paulo, o médico responsável pelo departamento Caio Lamunier conta que recebe
apenas um caso por ano de melanoma ocular, nome científico dado ao tipo de
câncer que acometeu Roberto Leal. Melanoma é como se chama câncer de pele, que
pode se originar em qualquer lugar do corpo, inclusive no olho, como foi o caso
do cantor.
"A principal causa é
genética, mas a baixa imunidade e exposição solar excessiva também
contribuem", explica Lamunier. "Geralmente nos prevenimos do câncer
de pele com protetor solar e chapéus. Mas esquecemos que os olhos também sofrem
com a exposição solar. Daí a importância dos óculos de sol."
Uma doença silenciosa
"O problema do melanoma é que geralmente é
assintomático, o que dificulta o diagnóstico precoce", explica Caio
Lamunier, Especialista em melanoma pelo Instituto do Câncer do Estado de
São Paulo (ICESP). "Na pele, o câncer geralmente aparece no formato de
pintas assimétricas, de bordas irregulares e rápida evolução. O problema é que
quando está localizado nos olhos, só poderá ser visto com um exame de fundo de
olho feio pelo oftalmologista."
Diagnóstico precoce é crucial para cura
Segundo o profissional especialista, é justamente o caráter
silencioso da doença que atrasa seu diagnóstico. Quando o melanoma ocular já
está mais avançado é que o paciente percebe sintomas como perda de campo visual
e movimento dos olhos diferentes entre si. "O melanoma diagnosticado precocemente
tem mais de 90% de cura. Quando se espalha na forma de metástase, a sobrevida
do paciente gira em torno de cinco anos."
No caso do melanoma
ocular, o tratamento geralmente é cirúrgico. Casos mais avançados podem ser
tratados com quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e terapia alvo. No
entanto, o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento:
"A progressão desse tipo de câncer é considerada rápida. Em três meses
pode evoluir para uma metástase", explica Lamunier.
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