O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) publicou oficialmente o deferimento da patente do Soro Antiapílico. O Soro foi criado e desenvolvido pelo Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP/Unesp) em parceria com o Instituto Vital Brazil (IVB) e o Instituto Butantan.
Todo ano são registrados cerca de 20 mil envenenamentos por múltiplas picadas de abelhas no Brasil. Os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net) do Ministério da Saúde registrou também 23.849 acidentes apenas em 2023. O Diretor Presidente, Alexandre Chieppe defende que o soro é uma inovação importante para a saúde.
— O envenenamento por múltiplas picadas de abelha é um agravo sério. Este soro, uma vez que venha a fazer parte da lista de tratamentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde, pode salvar vidas — argumentou Chieppe.
Os estudos já realizados permitem concluir que o soro é seguro e tem eficácia promissora. O produto segue para a fase três de estudo clínico, quando o tratamento é aplicado em um grupo maior de participantes para confirmar sua eficácia e segurança.
O soro será recomendado para acidentes envolvendo múltiplas picadas de abelha, o objetivo das Instituições é disponibilizar o produto gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde. De acordo com Luis Eduardo Cunha, Diretor Científico do IVB, este é o primeiro soro antiapílico do mundo e uma novidade importante para o tratamento destes acidentes que podem até levar ao óbito.
— Nós do IVB estamos muito orgulhosos por termos participado do desenvolvimento de todos os protocolos de produção inéditos e realizarmos os estudos pré-clínicos que levaram a esse produto inovador. É sempre gratificante podermos contribuir para a saúde da população fazendo jus ao legado do grande cientista que nomeia nosso Instituto — comemora o Diretor.
O deferimento da patente representa o cumprimento de mais uma etapa técnica, mostrando que a pesquisa realizada atendeu aos requisitos necessários. Antes foram desenvolvidos pelo IVB os protocolos necessários para a imunização dos equinos, produção do plasma, purificação e concentração dos anticorpos, formulação do soro, além do envase.
Após os estudos pré-clínicos, os estudos clínicos envolvendo 20 pacientes adultos, de ambos os sexos e acometidos por várias picadas de abelhas foi realizado pela Unidade de Pesquisa Clínica da Faculdade de Medicina da UNESP Botucatu. Os pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP contribuíram com o estudo por meio da obtenção do veneno para a imunização dos equinos.
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