O Itaú Asset, braço de
gestão de recursos do banco Itaú, alertou para os impactos políticos e
econômicos do Brasil sob o governo Lula. O comunicado foi enviado em sua carta mensal aos
cotistas, na quarta-feira 8.
No documento, o Itaú afirma
que as primeiras ações do governo, antes mesmo da posse, foram na direção
contrária ao ajuste fiscal, com aprovação da PEC da Gastança,
com um custo estimado de R$ 145 bilhões, e a prorrogação das desonerações sobre
combustíveis, que custam R$ 50 bilhões ao ano.
A instituição financeira queixa-se de, no mês passado, os
dados econômicos ficarem em segundo plano para Lula, ofuscados pelo noticiário
político, em especial ao relacionado à formação do novo governo e indicações
não técnicas.
O Itaú criticou ainda falta de clareza sobre a âncora
fiscal da nova gestão, a ausência de informações sobre a reforma tributária e
alertou para a possível elevação de impostos.
“Nossos desafios de entender o novo arcabouço fiscal e as novas
políticas econômicas do governo que acaba de assumir trará, no mínimo, alguma
entropia e volatilidade aos mercados”, prevê o banco. “Teremos um ano
desafiador internamente. Não se tem detalhes sobre como o governo pretende
desenhar a futura regra fiscal, bem como se uma eventual reforma tributária
trará um aumento relevante na arrecadação. Com isso, as expectativas de inflação
para diversos prazos passaram a subir.”
De acordo com os gestores do Itaú, todos esses desdobramentos trazem
riscos para a condução da política monetária que, mesmo já operando com juros
reais elevados, pode ter dificuldade para atingir a meta de inflação.
“Soma-se a isso outras indicações negativas de política
econômica (maior participação de bancos públicos no crédito — provavelmente
subsidiado —, fim da agenda de privatizações, enfraquecimento da Lei das
Estatais e da reforma trabalhista etc.), todas já testadas no passado”, lembrou
o Itaú. “O resultado foi (e deve voltar a ser) baixo crescimento, inflação
alta, juro elevado e aumento do endividamento público.”
Por Revista Oeste
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